A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira, 8, a segunda etapa da Operação Trapiche, a Trapiche-FT, para investigar o financiamento de atos preparatórios de terrorismo por brasileiros “recrutados” pelo Hezbollah e fechou uma tabacaria. Ainda não há informações sobre o endereço da empresa ou a quem pertenceria.
Agentes foram às ruas para cumprir um mandado de prisão preventiva e vasculhar oito endereços em São Paulo, Brasília, e nas cidades mineiras de Uberlândia e Contagem, além da capital Belo Horizonte. As ordens foram expedidas pela Justiça de Belo Horizonte, que ainda bloqueou as contas dos investigados e determinou a suspensão de empresas.
O principal alvo da ofensiva teria usado dados pessoais de imigrantes e refugiados, em situação de vulnerabilidade, para abrir contas e empresas para movimentar recursos de origem ilícita, diz a PF.
PF diz que comércio ilegal em tabacaria financiou membros do Hezbollah
Segundo a corporação, foram recursos do comércio ilegal de cigarros eletrônicos contrabandeados e vendidos em tabacarias que bancaram as passagens para brasileiros “recrutados” irem para o exterior e serem entrevistados pelo Hezbollah.
O inquérito indicou ainda que parte dos lucros do contrabando circulou em contas de empresas de fachada investigadas por fazerem parte de um bilionário esquema de lavagem de dinheiro que também é investigado pela Polícia Federal.
Os investigadores conseguiram rastrear as transferências do grupo e identificaram que os recursos foram convertidos em criptomoedas e remetidos a carteiras sancionadas por apresentarem vínculos com organizações terroristas.
“Os envolvidos poderão responder pelos crimes de contrabando, integração de organização terrorista, atos preparatórios de terrorismo, financiamento ao terrorismo e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 75 anos e 6 meses de reclusão”, informou a PF.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado