A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira, 10, uma ampla operação em seis Estados e no Distrito Federal contra um grupo que movimentou R$ 1 bilhão com a importação ilegal de celulares de última geração.
A PF e a Receita Federal têm como alvos 51 suspeitos de integrar o esquema, que recebiam aparelhos em Foz do Iguaçu (PR) e os distribuíam pelo Brasil.
Cerca de 250 policiais federais e 100 servidores da Receita Federal cumprem 51 mandados de busca e apreensão, 25 de sequestro de bens imóveis e 42 de veículos. Foram bloqueados R$ 280 milhões nas contas dos alvos da operação em São Paulo, Goiás, Paraná, Santa Catarina, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal.
No DF, os agentes cumprem mandados em lojas dos principais shoppings da capital, incluindo uma na área central, próxima à Esplanada dos Ministérios, e na principal feira de importados de Brasília. Os centros comerciais, no entanto, não são objetos da investigação.
Empresários e doleiros estão entre os suspeitos da PF
Empresários, lavadores de dinheiro e doleiros estão entre os alvos das buscas. A Superintendência da PF no Distrito Federal revelou que o grupo criava empresas de fachada, comprava celulares e os revendia sem notas fiscais, sem pagamento de impostos ou selos da Anatel, que são obrigatórios. Em dois anos, o lucro estimado do esquema foi de R$ 1 bilhão.
A investigação teve início em 2022, quando a PF e a Receita apreenderam um helicóptero com 400 celulares iPhone, avaliados em R$ 4 milhões. A aeronave pousou no Aeródromo Botelho, em São Sebastião, no DF, e duas pessoas foram presas em flagrante. A partir daí, a PF desvendou a origem dos celulares e a rede de descaminho.
Descaminho é um crime tributário caracterizado pela entrada e saída de mercadorias no país sem o pagamento de tributos, que pode resultar em pena de até oito anos de prisão.