segunda-feira, julho 8, 2024
InícioPolíticaPF: Bolsonaro ordenou que Cid fraudasse cartão de vacina dele e de...

PF: Bolsonaro ordenou que Cid fraudasse cartão de vacina dele e de sua filha

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ordenou ao seu então ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, que inserisse dados falsos de vacinação contra a Covid-19 dele e de sua filha nos sistemas do Ministério da Saúde, segundo relatório da Polícia Federal (PF) apresentado nesta terça-feira (19).

Bolsonaro, Cid e outras 15 pessoas foram indicadas mais cedo pela polícia por participação em esquema de fraude em registro no cartão vacinal.

“Os elementos de prova colhidos corroboram as afirmações prestadas pelo colaborador MAURO CESAR BARBOSA CID, demonstrando que, por ordem do então Presidente JAIR BOLSONARO, MAURO CESAR CID solicitou a AILTON BARROS a inserção dos dados falsos de vacinação contra a Covid-19 em benefício do ex-Presidente da República e de sua filha”, afirma a PF.

Ainda de acordo com o documento, “os elementos de prova coletados ao longo da presente investigação são convergentes em demonstrar que JAIR MESSIAS BOLSONARO agiu com consciência e vontade determinando que seu chefe da Ajudância de Ordens intermediasse a inserção dos dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde em seu benefício e de sua filha. Não há nos autos, elementos que indiquem que MAURO CESAR CID, AILTON BARROS e JOÃO CARLOS BRECHA se uniram em unidade de desígnios para inserir os dados falsos à revelia do então Presidente da República JAIR BOLSONARO.

O advogado e assessor de Bolsonaro, Fabio Wajngarten, disse à CNN que ainda não foi informado sobre indiciamento.

A defesa do deputado federal Gutemberg Reis de Oliveira disse que está em missão oficial do Parlamento do Mercosul em Montevidéu. Assim que tivermos um posicionamento, eu te envio.

O advogado Eduardo Kuntz – responsável pela defesa do ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Costa Câmara e do ex-segurança Sergio Rocha Cordeiro – disse que ainda aguarda o acesso ao relatório policial.

A CNN tenta contato com os demais citados, mas ainda não teve retorno.

  • Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente da República (inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa);
  • Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República (falsidade ideológica de documento público, inserção de dados falsos em sistema de informações e uso de documento ideologicamente falso);
  • Gabriela Santiago Cid, esposa de Mauro Cid (falsidade ideológica de documento público e uso de documento ideologicamente falso);
  • Gutemberg Reis de Oliveira, deputado federal (MDB-RJ) (inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa);
  • Luis Marcos dos Reis, ex-ajudante de ordens da Presidência da República (abaixo do Mauro Cid) (inserção de dados falsos em sistema de informações e falsidade ideológica de documento público);
  • Farley Vinicius Alcântara, médico e sobrinho de Luis Marcos dos Reis (inserção de dados falsos em sistema de informações e falsidade ideológica de documento público);
  • Eduardo Crespo Alves, militar que tentou, por intermédio de outra pessoa, inserir os dados falsos no site do ministério (inserção de dados falsos em sistema de informações);
  • Paulo Sérgio da Costa Ferreira (inserção de dados falsos em sistema de informações);
  • Ailton Gonçalves Barros, ex-major do Exército (inserção de dados falsos em sistema de informações, falsidade ideológica de documento público e associação criminosa);
  • Marcelo Fernandes Holanda (inserção de dados falsos em sistema de informações);
  • Camila Paulino Alves Soares, enfermeira de Duque de Caxias (inserção de dados falsos em sistema de informações);
  • João Carlos de Sousa Brecha, ex-secretário de Governo de Duque de Caxias (inserção de dados falsos em sistema de informações e associação criminosa);
  • Marcelo Costa Câmara, assessor especial de Bolsonaro (inserção de dados falsos em sistema de informações);

(Com informações de Gabriela Prado, Gustavo Uribe, Larissa Rodrigues, Leonardo Ribbeiro e Débora Bergamasco, da CNN, em Brasília)

Via CNN

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui