A Petrobras avançou na retomada de dois de seus principais projetos de refino, que estavam paralisados em razão das investigações da Operação Lava Jato. As iniciativas em questão são a Refinaria Abreu e Lima, localizada em Pernambuco, e o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, agora renomeado para Complexo de Energias Boaventura.
Para o projeto pernambucano, a estatal concluiu a licitação de três lotes de obras, com um investimento total de R$ 4,9 bilhões. Já ao complexo fluminense, a empresa recebeu propostas para seis lotes, que somam aproximadamente R$ 14 bilhões.
Contudo, o resultado ainda depende de negociações com os proponentes que apresentaram as melhores ofertas.
Empresas voltam ao cenário depois de acordos de leniência

Empresas de grande porte, como Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, voltaram a participar das licitações. Isso ocorreu depois de acordos de leniência, que as permitiram competir novamente por projetos públicos.
Esses projetos foram centrais na delação do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, que impulsionou as investigações sobre o cartel de empreiteiras na estatal.
Na Refinaria Abreu e Lima, há expectativa de dobrar a capacidade de refino, de 130 mil para 260 mil barris por dia, com a conclusão da segunda unidade. O Tribunal de Contas da União (TCU) criticou o projeto, considerando-o um exemplo de como uma ideia promissora pode resultar em um “malogro comercial bilionário”.
Até agora, a Petrobras investiu cerca de US$ 18 bilhões, aproximadamente R$ 100 bilhões na cotação atual, no projeto.
Avanços nos projetos da Petrobras
Durante um evento ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Petrobras defendeu a retomada das obras. Conforme a empresa, o projeto é robusto e trará retorno positivo, considerando o estágio atual das obras.
A conclusão das obras foi aprovada em novembro de 2023, ainda sob a gestão de Jean Paul Prates, e as licitações foram abertas em maio de 2024. A Petrobras prevê que o complexo produza cerca de 75 mil barris de diesel, 20 mil de querosene de aviação e 12 mil de óleos lubrificantes diariamente.
No Complexo de Energias Boaventura, há previsão de criar cerca de 10 mil postos de trabalho, com contratações.