A Petrobras decidiu reativar a fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, no Paraná. A decisão foi tomada na reunião da diretoria executiva desta quinta-feira, 6. A reativação ocorre depois da contratação de serviços de manutenção.
A reativação atende à primeira demanda do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitada à nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
Um estudo já vinha sendo feito na gestão de Jean Paul Prates, mas a falta de celeridade nos projetos acelerou a demissão do ex-presidente.
A expectativa é que a fábrica volte a operar no segundo semestre de 2025. A unidade está inativa desde 2020 e foi incluída nos planos de venda da gestão de Jair Bolsonaro (PL), mas sem sucesso.
A Petrobras iniciará os procedimentos necessários à retomada, incluindo a publicação de editais para contratação de serviços de manutenção e materiais críticos. A estatal também autoriza a recontratação dos antigos empregados.
O fechamento da unidade resultou na demissão de cerca de mil funcionários, sendo 400 diretos e 600 indiretos.
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Um processo no Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre as demissões ainda está em andamento, e a Petrobras encaminhará uma proposta de recontratação para aprovação.
Produção foi encerrada em 2020
Em 2020, a produção foi encerrada devido a prejuízos constantes desde a aquisição em 2013. Entre janeiro e setembro de 2019, os prejuízos chegaram a quase R$ 250 milhões.
A Araucária Nitrogenados pode processar cerca de 1,9 mil toneladas diárias de ureia e 1,3 mil toneladas diárias de amônia, usadas na produção de fertilizantes agrícolas. A matéria-prima é o resíduo asfáltico fornecido pela Repar, também localizada em Araucária (PR).
O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo e importa 85% do que utiliza.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) estima que a reabertura da fábrica no Paraná, a retomada das unidades na Bahia e Sergipe, e a conclusão da fábrica de Três Lagoas (MS) podem reduzir as importações de insumos nitrogenados para 35%.