sexta-feira, novembro 22, 2024
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Petistas elogiam “posição dura” e pedem que Lula mantenha fala sobre Israel

As polêmicas declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito do conflito na Faixa de Gaza encontraram ressonância no PT, que decidiu dobrar a aposta em defesa de seu principal líder.

Nos bastidores, petistas ouvidos pela CNN relativizaram a comparação feita por Lula entre Israel e o Holocausto nazista. E afirmaram que esperam do presidente que mantenha sua posição sobre o tema.

“Lula de fato forçou a mão, bateu com força. Mas era preciso, para se chegar a uma solução para essa guerra”, disse à CNN o deputado Carlos Zarattini (PT-SP). “Não dá para o Brasil ficar assistindo e não se posicionar claramente para pôr um fim a esse conflito.”

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, já havia endossado a fala de Lula. No X, ela afirmou que as falas de Lula foram “claramente dirigidas ao governo de extrema-direita de Israel, e não aos judeus, ao povo israelense, como tenta manipular Netanyahu”.

“Nada é tão cruel quanto o que vem sofrendo o povo palestino, vítima de uma política de extermínio orientada pelo preconceito e pelo ódio”, afirmou Gleisi. “O governo de extrema-direita de Israel está levando o país ao isolamento internacional e tem recebido repulsa da civilização. Deveriam se envergonhar de seus crimes contra a humanidade.”

De imediato, o PT não deve apresentar nenhuma resolução institucional sobre o tema. Mas a ideia não está descartada, dependendo da evolução dos acontecimentos. Mas a sigla pode avaliar, mais adiante, uma posição formal de sua direção nacional, para reforçar as críticas feitas por Lula no fim de semana.

A expectativa no partido é que não haja nenhum tipo de recuo por parte do presidente. A comparação entre a contraofensiva israelense e o Holocausto foi descrita nos bastidores do PT como uma “polêmica necessária”.

A avaliação é que não houve escorregão, nem improviso por parte do presidente. “Ele sabe exatamente o que ele falou”, disse uma fonte, sob reserva.

Após a repercussão das declarações de Lula, aliados do presidente saíram em defesa dele. O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, chegou a dizer que o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, “divulga uma fake news”.

“O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terroristas do Hamas em todos os fóruns. Nossa solidariedade é com a população civil de Gaza, que está sofrendo por atos que não cometeram. Já são mais de 10 mil crianças mortas em Gaza. O número de mortos em Gaza está próximo de 30 mil pessoas e 70% destas mortes são de mulheres”, escreveu Pimenta no X.

“Ainda, existem cerca de 10 mil pessoas desaparecidas sob os escombros. Em torno de 1,7 milhão de palestinos não têm acesso à água potável, comidas e remédios. A comunidade internacional não pode calar diante do massacre de um povo que não pode sofrer um extermínio pelos crimes cometidos por um grupo que deve ser punido pelo que fez. As palavras do presidente Lula sempre foram pela paz e para fortalecer o sentimento de solidariedade entre os povos!”, complementou Pimenta.

Via CNN

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