segunda-feira, novembro 25, 2024
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pessoas ficam no meio de tiroteio entre milicianos em Seropédica (RJ)

Em Seropédica (RJ), município a 75 quilômetros da capital, Rio de Janeiro, a população se vê no meio de um fogo cruzado entre facções rivais de milicianos.

Na terça-feira 9, um conflito ocorreu na área central da cidade, que abriga a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Duas crianças foram feridas pelos tiros, enquanto um estudante da universidade perdeu a vida.

A criança mais velha, de 3 anos, está em estado grave. Bernardo Paraíso, de 24 anos, era estudante de biologia na UFRRJ e foi atingido por um dos tiros enquanto estava a caminho de um mercado, localizado a 2 quilômetros da universidade. Ele acabou falecendo no local. Bernardo ia se formar no final deste ano.

Segundo informações obtidas pelo Jornal Nacional, da TV Globo, a região onde fica a UFRRJ está em meio a uma guerra que envolve três grupos de milicianos. A atuação deles divide a BR-465, a antiga Rodovia Rio–São Paulo.

O setor de inteligência da Polícia Civil apurou que um dos grupos passou o fim de semana à espera dos rivais. Na segunda-feira 8, quando decidiram ir embora, encontraram um grupo rival no centro. Um dos bandidos morreu, e outro foi baleado e preso.

Moradores lamentam pela violência em Seropédica

A universidade suspendeu as aulas na terça-feira 9 e decretou luto oficial de três dias. Moradores relataram à reportagem do Jornal Nacional que a cidade cresceu em torno do campus, que transmitia uma sensação de paz e tranquilidade, mas que a violência está fechando o cerco e se aproximando cada vez mais.

“A Rural e Seropédica são um único ecossistema”, contou o doutorando Wilians Barbosa da Silva, ao JN. “Então, o clima de medo que acontece aqui na universidade hoje também acontece na cidade. Esse é um clima geral.”

A cidade, de 80 mil habitantes, já foi conhecida por ser “calma até demais”. Agora, a população lamenta a mudança drástica em um lugar que costumava ser seguro para seus cidadãos.

“Os colegas brincavam comigo: traz o jacaré para mim”, contou Célio Lourenço, comerciante. “Hoje, que que pode falar? Violência. Acabou, minha cidade acabou.”



Via Revista Oeste

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