O Banco Central (BC) divulgou nesta segunda-feira, 23, mais uma rodada da pesquisa Focus. De acordo com o relatório que se apoia em consulta a analistas de mercado, a Selic, taxa básica de juros, deve alcançar o patamar de 14,75% no final de 2025. Desse modo, o BC registra a sexta semana seguida de projeção crescente.
Na semana anterior, o levantamento com uma centena de economistas sugeria a Selic em 14% no final do próximo ano. A mudança de perspectiva reflete, de certo modo, a elevação efetiva do indicador neste mês em 1 ponto porcentual. Com isso, 2024 termina com uma taxa anual de 12,25% ao ano.
Selic deve ter mais duas altas
Causou apreensão também o fato de o BC prever mais duas altas da mesma magnitude. A expectativa vem, sobretudo, depois da autoridade monetária citar risco de piora da dinâmica inflacionária a partir do anúncio de medidas fiscais do governo.
Na ata desse encontro, divulgada na semana passada, órgão observou uma deterioração adicional em componentes que afetam principalmente a política de juros, como câmbio, inflação corrente e expectativas de mercado.
Nesse contexto, o que se vê são os impulsos fiscal e de crédito como elementos que contribuem, sobretudo, para uma redução do efeito do aperto monetário colocado em curso para controlar a inflação.
A pesquisa, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou nova deterioração nas expectativas para a inflação. A alta do IPCA passou a ser calculada em 4,91% em 2024 e 4,84% em 2025. Na semana anterior os números eram 4,89% e 4,60%.
Inflação de 4% em 2026
Para 2026 a perspectiva continua sendo de uma inflação de 4%. Em 2027 o cenário é de piora, subindo de 3,66% para 3,80%. O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou menos. O levantamento acrescenta que o dólar deve fechar este ano em R$ 6.