Contratado para ser a grande estrela do ano para o Fluminense, Thiago Silva vai estrear em uma situação totalmente oposta ao planejado. O defensor terá que fazer seu primeiro jogo longe da torcida.
A estreia do “Monstro” se tornou uma necessidade. O Tricolor é o lanterna do Campeonato Brasileiro, com oito pontos, e vai enfrentar o Cuiabá, neste domingo (21), às 20h (de Brasília), na Arena Pantanal, pela 18ª rodada do torneio.
A ideia inicial era ter o zagueiro ao lado da torcida no Maracanã. No entanto, o duelo contra o Dourado é importante para a equipe e por isso Thiago vai para o jogo, mesmo fora de casa.
“O momento é difícil, complicado. Não é fácil você chegar nesse momento assim, principalmente vindo de uma pré-temporada. Não tive a oportunidade de fazer nenhum amistoso antes de um jogo oficial. Estou muito ansioso, mas com a experiência fico um pouco mais tranquilo, procuro ficar mais tranquilo para que no jogo desenrole da maneira correta, com que fiz os treinamentos”, comentou.
Fisicamente, Thiago Silva garante que está preparado para voltar a jogar, uma vez que veio de uma temporada completa com seu antigo clube, o Chelsea-ING. Além disso, ele já treina há cerca de 40 dias no CT Carlos Castilho. Porém, ritmo de jogo é que falta para o camisa 3.
“Me sinto preparado. Muito ansioso para poder voltar. Claro que não esperava que o momento fosse estar como está agora. Mas para mudar isso só com muito trabalho, muita conversa. Tivemos 10 dias de uma mini preparação. Depois, começa um jogo a cada três dias. Ainda tenho que me readaptar ao futebol brasileiro. Com os campos, com as logísticas. Já vim sabendo que isso ia acontecer. Junto com a comissão técnica do clube, vamos tomar as precauções para evitar qualquer tipo de lesão”, comentou.
Revelado pelo Fluminense, Thiago Silva já viveu situação de luta contra o rebaixamento em 2006 e 2008. Desta vez, ao chegar, a ideia é brigar por mais títulos e não contra o Z4 do Brasileirão.
“Não imaginava que passaríamos por esse momento. Campeão da Libertadores, da Recopa, com o melhor futebol e, de uma hora para outra, as coisas não andam como no ano passado. Você vai perdendo confiança. Cada vez que a gente não vencia, a pressão vinha mais forte. Só que com as derrotas, a confiança vai lá embaixo”, disse o defensor.
“Teve a mudança de comando. Agora tem que ter uma mudança de postura. É muito fácil trocar uma pessoa do que trocar 25 jogadores. Temos que olhar para dentro e ver o que estamos fazendo de errado. Todos temos que fazer isso. Não adianta falar ‘ah, foi o Diniz’. Só nós vamos tirar o Fluminense dessa situação”, comentou.
Volta neste momento
“Acredito que a nossa história está traçada já. Sentia no meu coração esse desejo. Muitos perguntaram: ‘por que não voltou antes para conquistar a Libertadores? Porque não era o momento. Quando o Fluminense mais está precisando, aqui estou eu. Meu carinho pelo Fluminense é enorme. Sei da minha capacidade, mas sozinho não posso fazer nada. Espero que tenhamos essa consciência. Da camisa que estamos vestindo e da responsabilidade que a gente tem. O Thiago voltou, mas não é um esporte individual. Eu preciso de todos eles para me ajudar. Muito mais do que imaginam. Eu não sou o salvador da pátria. Sozinho não vou fazer nada. Mas juntos, podemos”.
Novo técnico
“Quando o Tuchel saiu do Chelsea, foi um baque muito forte. Nós sentimos muito a sua saída. Não foi por causa de resultado, foi por causa de outras coisas, que não vem ao caso. Sentimos muito em não jogar a temporada naquele padrão que vínhamos fazendo. Muda staff, a forma de treinar, de jogar, se adequar a um novo plano. A nossa temporada não foi boa. Vejo uma situação muito parecida. A saída do Diniz, por tudo que eles conquistaram. A confiança dos jogadores foi abalada pelos maus resultados que vínhamos tendo. Mas acredito muito nesse grupo”.