Imagine um desastre nuclear que poderia deixar uma região ou lugar mortal para os humanos por milhares de anos, como deixamos um aviso para as futuras gerações sobre os perigos existentes no local?
Em alguns lugares onde desastres aconteceram, existem alguns avisos sobre o perigo que poderiam durar alguns séculos, mas quando pensamos mais a frente, será que esses alertas sobreviveriam às intempéries do tempo ou as mudanças de linguagem que poderiam acontecer?
Apesar de não parecer urgente pensar nisso, esse não é exatamente um problema hipotético, visto que resíduos nucleares podem durar milhares de anos. Assim, cientistas já pensaram em soluções. Algumas delas são:
- Tornar o lugar tão desconfortável a ponto das pessoas quererem ficar longe;
- Criar um grupo de sacerdotes atômicos que transmitiram lendas e mitos quanto aos perigos do local;
- Criar gatos de radiação que se tornam brilhantes ou mudam de cor quando se aproxima do material radioativo.
O aviso poderia ser um deixar o lugar nada convidativo
Erguer barreiras gigantes de concreto não seria a solução. Os egípcios construíram pirâmides gigantes e atualmente achamos por bem vasculhar e adentrá-las. Segundo o IFLScience, uma ideia sugerida pelo Sandia National Laboratories em um relatório de 1993 é fazer com que o local pareça tão ameaçador que ninguém queria entrar.
O relatório sugere algumas opções como construir escombros agourentos com pontas projetando-se do chão em diversos ângulos ou pintar tudo de preto para remeter a um buraco negro e parecer inabitável e incultivável.
Além de deixar o local feio e desconfortável, é sugerido que mensagens sejam deixadas no local, como um aviso para as pessoas ficarem longe. O relatório também aponta que a linguagem seja alterada sempre que necessário, para ficar mais fácil das futuras gerações a compreenderem. O teor da mensagem seria algo como:
Outras “barreiras” poderiam ser construídas a partir de um sacerdócio atômico ou gatos brilhantes
A ideia de deixar o lugar nada atraente pode parecer maluca, mas existem outras ainda mais bizarras. Na década de 1980, a Força-Tarefa de Interferência Humana tentou desenvolver um aviso que pudesse durar milhares de anos em um armazenamento de resíduos nucleares que seria construído perto de Las Vegas.
Uma das ideias seria criar um sacerdócio atômico, onde um conselho composto por especialistas seria montado. Essas pessoas seriam substituídas sempre que se aposentassem ou morressem e seriam responsáveis por transmitir os perigos radioativos do local através de gerações. Isso seria feito a partir de mitos, lendas e rituais alimentados artificial e rotineiramente para manter as pessoas longe do local por outras razões que não sejam apenas científicas.
Outra solução ainda mais estranha foi sugerida pela autora Françoise Bastide e pelo semioticista Paolo Fabbri. Eles apontaram que o aviso ideal seria criar gatos de radiação que mudariam de cor quando se aproximasse de material radioativo. O plano ainda ia além, assim como no sacerdócio atômico, foi sugerido que lendas e mitos culturais fossem criados em torno dos gatos brilhantes.
Esses mitos e lendas seriam transmitidos através da poesia, da pintura e da música. Assim, daqui a milhares de anos, quando alguém encontrasse um gato brilhante saberia que o mais sensato é correr para o mais longe possível.
Outra ideia seria simplesmente que esses locais pudessem ser acessados apenas com alta tecnologia, supondo que qualquer pessoa que entrasse no lugar tivesse o equipamento necessário para detectar também a radiação. No entanto, isso não seria tão legal quanto um campo de estruturas pontiagudas, um sacerdócio atômico ou um gato brilhante.