Luiz Guilherme, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), desenvolveu um método para combater o aedes aegypti, O mosquito é o responsável por transmitir doenças como dengue, zika e chikungunya. A solução envolve um peixe conhecido como “barrigudinho” ou “guppy”.
O pesquisador coordenou um projeto da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), durante seu doutorado em genética e bioquímica. O objetivo era evitar que aquários e tanques se tornassem criadouros de mosquitos transmissores de doenças.
O peixe “barrigudinho” é predador de larvas dos mosquitos
O estudo, portanto, comprovou a eficácia dos “barrigudinhos”. Descobriu-se, então, que o peixe é predador de larvas dos mosquitos, no controle biológico do aedes aegypti. As larvas se mostraram alimento de alta qualidade para essa espécie.
Com a introdução do peixe nos aquários e tanques, mostrou-se resultados positivos na diminuição ou eliminação do inseto.
Com o sucesso da pesquisa, foi iniciado, em 2002, o Projeto Dengoso, na cidade de Uberlândia (MG). A ação pública tem a parceria do Centro de Controle de Zoonoses.
O Projeto Dengoso consiste na utilização de peixes no controle do inseto, principalmente nas fases em que eles aparecem nas águas. Os “barrigudinhos” substituem, em alguns casos, o uso do inseticida.
Depois do povoamento do peixe nos aquários e tanques, os agentes de saúde observaram — especialmente em um raio de 100 metros — menor incidência dos mosquitos. Consequentemente, houve diminuição nos casos das doenças que podem ser transmitidas por eles.
Os municípios de Parnaíba (PI), Campo Maior (PI) e Tobias Barreto (SE) também adotaram o Projeto Dengoso para reduzir o número de doenças causadas pelo aedes aegypti.