Pelo menos 228 empresas pediram recuperação judicial em julho de 2024. O número é 129,3% maior do que o registrado no mesmo mês em 2023. Além disso, o período se tornou a pior marca na série histórica, iniciada em 2005. Os números são do Indicador de Falências e Recuperação Judicial da Serasa Experian.
“O aumento dessas solicitações reflete os desafios enfrentados pelas empresas, destacando um movimento crescente em direção aos mecanismos legais de reorganização financeira em um cenário econômico incerto”, afirmou o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian.
Rabi disse que a tendência é que esse número negativo evolua cada vez mais. A declaração do executivo está baseada no constante crescimento de inadimplência das companhias brasileiras. No mês de julho, por exemplo, ao menos 6,9 milhões de CNPJs registraram dívidas.
Os dados da Serasa mostraram que as Micro e Pequenas Empresas lideraram os pedidos de concordata (166). Em seguida, estão as médias (43) e as grandes (19) companhias.
Os pedidos de falência em julho (96 solicitações) aumentaram 12,9% em comparação ao mês anterior. Em relação ao mesmo período de 2023, registrou-se uma queda de 15,8%.
Os 96 pedidos de falência foram liderados pelas Micro e Pequenas Empresas (58). Posteriormente, as médias (23) e as grandes companhias (15).
Pedidos de recuperação judicial disparam 84% no 1º trimestre de 2024
De acordo com informações da Serasa Experian, ao menos 106 produtores rurais pediram recuperação judicial no primeiro trimestre de 2024. O número é 84% quando comparado ao mesmo período do ano passado.
Os dados mostraram que a maioria dos pedidos são do Centro-Oeste. Nessa área, o Estado de Mato Grosso lidera a lista com 53 solicitações. Goiás aparece logo atrás, com 16 pedidos.
Pequenos proprietários foram os que menos registraram pedido de recuperação judicial. Arrendatários de terras, grupos econômicos e famílias do agronegócio solicitaram 39 registros.