Uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) descobriu que o Primeiro Comando da Capital (PCC) injetou R$ 54 milhões em empresas de transporte público na cidade de São Paulo. O esquema foi detalhado no âmbito da Operação Linha Fina, divulgada nesta quarta-feira, 10.
Os criminosos usaram o dinheiro do tráfico de drogas para permitir que a empresa de ônibus Transwolff participasse da licitação do transporte público. Ao menos dez pessoas ligadas à companhia são acusadas de organização criminosa, extorsão, lavagem de dinheiro e apropriação indébita.
De acordo com a denúncia, os valores injetados foram obtidos por meio de “depósitos em dinheiro”, sem origem demonstrada.
Esses depósitos foram realizados entre setembro e dezembro de 2015, em um banco que fica na zona sul da capital paulista.
Além disso, houve transferências a partir de supostos empréstimos de 88 pessoas físicas. Esses valores chegaram a R$ 26,6 milhões. O dinheiro teria sido usado para comprar 50 ônibus para a empresa.
PCC também usou um restaurante para lavar dinheiro
A investigação também identificou um restaurante que o PCC usava para lavar dinheiro. Esse estabelecimento era utilizado para fornecer refeições para os funcionários da Transwolff. Segundo o MP-SP, o restaurante emitia “notas frias” para ter a contabilidade regularizada.
Ainda segundo a denúncia, o líder do esquema era Luiz Carlos Efigênio Pacheco, o Pandora. Além dele, os investigadores encontraram Robson Flares Lopes Pontes. Ele é um dos diretores da companhia.
Ambos são acusados de representarem o elo da empresa com o PCC. Eles foram presos na última terça-feira, 9.