A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo revelou que o Primeiro Comando da Capital (PCC) conseguiu infiltrar três grupos nas Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), considerada a tropa de elite da PM no Estado. Um dos grupos tinha a missão de eliminar adversários da facção; o outro era responsável pela inteligência; já o terceiro realizava escoltas.
O grupos foram mencionados em um pedido da Corregedoria à Justiça de São Paulo. O inquérito administrativo da PM levou à prisão de 15 policiais militares supostamente ligados ao PCC e envolvidos na execução de Vinícius Gritzbach, em Guarulhos, na tarde de 8 de novembro do ano passado. Um tenente da PM também foi detido, em Osasco.
As investigações revelaram que esses policiais formavam uma quadrilha com divisão de tarefas. Acusados de organização criminosa, todos estavam cientes das atividades ilícitas que praticavam, de acordo com informações do Blog do Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo.
Presença do PCC na Rota preocupa autoridades de São Paulo
A presença de membros do PCC na inteligência da Rota levantou preocupações sobre a eficácia no combate ao crime organizado no Estado de São Paulo. O Gaeco, grupo de atuação especial, frequentemente utilizava esses policiais em importantes operações contra o crime organizado.
Para ter ideia de como o esquema dos bandidos funcionava, o PCC havia decretado uma sentença de morte contra Guinho, criminoso que participou de uma videoconferência para discutir o sequestro de Sergio Moro (União Brasil-PR).
Depois da prisão de um dos participantes da reunião, o material seguiu para o Ministério Público, resultando no assassinato, pela facção, de dois dos envolvidos. Guinho só não morreu porque pediu “seguro”. Ele está separado dos demais presos.
Suspeitas de pagamentos a militares
Um membro da facção preso no município de Avaré, no interior do Estado, é suspeito de fazer pagamentos do PCC a policiais da Rota. Ele recebia uma mesada desde 2021. Esses pagamentos começaram depois de os PMs terem contato com a delação de Emilvaldo da Silva Santos, membro da cúpula da facção, que falhou em uma missão e decidiu colaborar com a Justiça.