Durante uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira, 23, o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, deixou vazar um áudio no qual disse ter feito uma “cagada”.
Na oitiva, Gonet fez uma pergunta ao ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, na qual interpelou se, sem o Exército, a Marinha conseguiria dar um golpe de Estado.
“Sem o Exército, a Marinha poderia romper com a normalidade institucional, já que mencionou que a Marinha não tem a mesma capilaridade do Exército?”, questionou Gonet. Desde o início desta semana, o STF ouve testemunhas na ação penal que trata de suposta ruptura institucional. Ao todo, 82 pessoas constavam na lista do STF.
Gonet foi interrompido pelo advogado Demóstenes Torres, que representa o almirante Almir Garnir, réu no STF. A defesa disse ao ministro Alexandre de Moraes, que, “se ela não poderia fazer afirmações ou pedir opiniões”, Gonet também não poderia. O juiz do STF pediu a Gonet para refazer a pergunta. O PGR, que estava na videoconferência, falou: “Fiz uma cagada, agora”. O microfone de Gonet estava aberto.
Resposta à pergunta de Paulo Gonet em meio ao termo “cagada”
Instantes depois do episódio, Rebelo respondeu a Gonet que a Marinha brasileira não teria condições de dar um golpe sozinha.
Isso porque, de acordo com o ex-ministro da Defesa, o efetivo é pequeno e não há equipamentos suficientes para tal.
Ameaça de prisão
Em determinado momento da oitiva, Rebelo foi ameaçado de prisão, por Moraes.
O ex-ministro da Defesa tentava explicar um termo polêmico, que teria sido dito por Garnier a Bolsonaro, sobre as “tropas estarem à disposição”.
