Legendas aliadas ao Partido dos Trabalhadores (PT) querem esvaziar a “CPI dos Amigos de Lula”. Segundo reportagem do jornal Folha de Pernambuco, publicada nesta sexta-feira, 26, apoiadores do presidente têm pressionado deputados a não assinarem, ou até retirarem suas assinaturas, do pedido para investigar os negócios de Joesley e Wesley Batista com o Ministério de Minas e Energia.
Nesta semana, o autor do requerimento para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito, deputado Ricardo Salles (PL-SP), recebeu três ligações de parlamentares. Eles falaram que, depois de haver assinado o pedido, tiveram de voltar atrás em virtude dessa pressão.
O Partido Progressista (PP), o Republicanos e o Partido Social Democrático (PSD), que comandam ministérios, estão entre as legendas que têm pressionado os políticos.
Por meio da CPI, a oposição quer investigar a Medida Provisória (MP) 1.232/2024. Essa MP partiu do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e evitou um prejuízo bilionário à empresa Mbar Energia, dos irmãos Batista. Eles compraram a companhia na mesma semana em que o governo editou a medida.
Segundo os parlamentares que estão a favor da abertura da “CPI dos Amigos de Lula”, a MP também teria reforçado o caixa da Amazonas Energia, concessionária de energia elétrica no Norte do país.
Os deputados também investigam várias reuniões não registradas na agenda oficial. Esses encontros contaram com a presença de executivos e membros do alto escalão do Ministério de Minas e Energia.
Pedido de abertura da “CPI dos Amigos de Lula”
Ricardo Salles, que teve a ideia de abrir a “CPI dos Amigos de Lula”, disse que “fazer ‘esquemas’ está no DNA do PT. “Foi assim no passado”, afirmou. “E os maus exemplos, como esse, estão se repetindo no presente.”
Os irmãos Batista são proprietários do grupo J&F, que controla negócios como o frigorífico JBS.