O PMB oficializou o apoio à candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) à Prefeitura de São Paulo nesta terça-feira, 7, depois de deliberação do diretório municipal do partido. A sigla ainda pediu a expulsão do ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) Abraham Weintraub, que tentava se lançar ao pleito pela legenda, e de seu irmão Arthur Weintraub.
O presidente municipal da legenda, Rodrigo Fazito, afirmou que houve uma discussão interna depois de Suêd Haidar, presidente do diretório nacional, selar aliança com o psolista em evento no último mês. “Foi um marco para a gente”, disse o dirigente partidário. “Houve uma discussão interna no PMB.”
Parte da sigla defendia o apoio à candidatura da deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP). A deliberação, que contou com discussões e pedidos de recontagem dos votos, terminou com 55 votos favoráveis a Boulos contra 33 para Tabata.
“A gente achou melhor investir na campanha da majoritária e abrir mão dos vereadores”, disse Fazito.
Com apoio do PMB a Boulos, Weintraub vai de pré-candidato a pedido de expulsão
O ex-ministro Abraham Weintraub chegou a manifestar que tentaria entrar na disputa pela Prefeitura de São Paulo, como candidato independente, depois de a legenda não protocolar sua candidatura, lançada previamente nas redes sociais em março deste ano, sem o apoio do comando do PMB.
Fazito afirmou que a decisão de protocolar o apoio para a expulsão serve para não causar nenhum “desconforto relacionado aos ataques que Weintraub fez a Boulos no passado”. O presidente municipal do PMB ainda criticou as candidaturas do ex-ministro e de seu irmão Arthur Weintraub ao cargo de deputado federal em 2022, afirmando ter sido um “erro”. Os dois receberam 3.501 e 3.502 votos, respectivamente, e não foram eleitos.
“As candidaturas tiraram vagas de duas pessoas do nosso partido, o PMB não compactua com extremidades”, disse Fazito. “Não somos extremos. A gente aqui é um partido da composição, da democracia e da paz.”
O ex-ministro, por sua vez, afirma que entrará na Justiça para poder concorrer às eleições municipais como candidato independente — ou seja, sem partido. “Se o Supremo Tribunal Federal negar, a gente vai recorrer no exterior, porque eu sou cidadão europeu, e isso vai ferir um direito pessoal meu”, afirmou Weintraub. “O responsável por isso vai ter que arcar com as consequências legais no exterior.”
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Segundo o 14º artigo da Constituição Federal, não são permitidas candidaturas de políticos sem ligação com partidos. O advogado Alberto Rollo, especialista em Direito Eleitoral, explica que o ex-ministro possui o direito de tentar uma oficialização, mas somente os filiados escolhidos em convenção partidária podem concorrer a cargos eletivos.
“Muitos outros já tentaram recorrer, mas até o momento não há registros de decisões favoráveis”, diz Rollo. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal veda a possibilidade de haver candidaturas independentes.
Em seu canal no YouTube, o ex-ministro divulgou o plano de governo com propostas que incluem a redução do número de secretarias e investimentos em segurança pública. Segundo ele, Carlão Reaça (PMB) seria seu vice na chapa.
“O PMB é um CNPJ que tem como objetivo eleger pessoas”, disse Weintraub em vídeo, criticando o apoio da sigla a Boulos.
Revista Oeste, com informações da Agência Estado