O Knesset, o Parlamento de Israel, aprovou na segunda-feira, 28, dois projetos de lei sobre a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) que presta assistência a palestinos, a UNRWA. Os parlamentares classificaram a agência como organização terrorista e a proibiram de operar em Israel.
As leis entram em vigor imediatamente. Elas foram motivadas pela comprovação de que centenas de funcionários da UNRWA têm ligações estreitas como o Hamas e que alguns participaram dos atentados terroristas de 7 de outubro, quando 1,2 mil israelenses foram assassinados no pior ataque da história de Israel.
Depois das denúncias de Israel e de uma investigação interna, a agência demitiu nove funcionários, mas nega apoiar grupos armados e afirma agir rapidamente para expulsar qualquer suspeito de envolvimento.
Desde que Israel denunciou a proximidade de agentes da UNRWA em ações do grupo terrorista, diversos países cancelaram as doações à agência. Alguns, porém, retomaram as contribuições
Agora, porém, com a proibição da ação da entidade em território israelense, alguns governos manifestaram preocupação com a possível desassistência a refugiados palestinos.
Repercussão
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, declarou em Washington que a administração está “profundamente preocupada” com a legislação. “Não há ninguém que possa substituí-los no meio da crise”, disse. A UNRWA oferece educação, cuidados de saúde e outros serviços essenciais a milhões de refugiados palestinos na região, inclusive na Cisjordânia ocupada.
“É um desastre”, disse Juliette Touma, diretora de comunicação da agência. “A UNRWA é a maior organização humanitária em Gaza. Quem pode fazer o trabalho dela?”, disse. “É um ultraje que um Estado membro das Nações Unidas esteja trabalhando para desmantelar uma agência da ONU que é também o principal interveniente na operação humanitária em Gaza.”
O que dizem as leis sobre a agência da ONU
Conforme a lei de vedação da atuação da UNRWA em Israel, a agência da ONU fica proibida de realizar “qualquer atividade” ou fornecer serviços dentro de Israel; a outra norma corta laços diplomáticos com a agência.
A primeira votação foi aprovada por 92 votos a 10, após um debate acalorado entre apoiadores da lei e seus oponentes, principalmente membros dos partidos árabes do Parlamento. A segunda lei foi aprovada por 87 votos a 9.
Yuli Edelstein, legislador que presidiu as discussões do comitê sobre os projetos, disse que as leis não pretendem afetar o compromisso de Israel com a entrega de ajuda humanitária em Gaza.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado