segunda-feira, novembro 25, 2024
InícioPolíticaParlamentares de esquerda tentam barrar 'pacote anti-MST'

Parlamentares de esquerda tentam barrar ‘pacote anti-MST’

Parlamentares de partidos de esquerda tentam impedir o avanço do “pacote anti-MST” na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados. Para tanto, eles utilizam dispositivos burocráticos do regimento interno, como pedidos de retirada de pauta, pedidos de vista e discursos prolongados para atrasar as votações.

A oposição, no entanto, está determinada a superar essas manobras e evitar acordos com governistas que poderiam arquivar as propostas.

A decisão do CCJ de avançar com a pauta contrária ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra ganhou força depois de uma tentativa do grupo invasor de barrar a comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Pará, no início da semana.

Além disso, o aumento das invasões de terras desde 2023, com mais de 100 casos registrados no governo Lula, impulsionou a medida.

Projetos de lei do pacote anti-MST

O pacote anti-MST, também conhecido como pacote “invasão zero”, inclui três projetos em tramitação na CCJ:

  • PL 8.262/2017, que permite a ação policial sem ordem judicial para retirada de invasores;
  • PL 4.183/2023, que exige a formalização de movimentos sociais com atuação em mais de três estados; e
  • PL 4.432/2023, que cria um cadastro nacional de invasores de terras.

O PL 8.262/2017 passou por discussão, mas não por votação, pois o relator Dr. Victor Linhalis (Podemos-ES) ainda precisa analisar pedidos de alteração.

“O Estado tem esse papel de mediar [as invasões]; não haver a decisão da Justiça é muito grave”, disse o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).

A proposta deverá voltar à pauta da CCJ na próxima semana e, se aprovada, seguirá para o Senado.

Adiamentos e pedidos de vista

O projeto de personalidade jurídica, que responsabiliza movimentos sociais civil e penalmente, foi adiado por um pedido de vista do deputado Patrus Ananias (PT-ES).

“Ocupar terra improdutiva é algo que ajuda no desenvolvimento social”, afirmou o deputado Chico Alencar (Psol-RJ).

O cadastro nacional de invasores de terras também recebeu um pedido de vista e voltará à pauta da CCJ na próxima semana. Esse cadastro inclui dados pessoais dos invasores, registro de ocorrência e endereço da propriedade invadida.

Outro projeto do pacote, o PL 709/2023, que corta benefícios do governo para invasores, já teve a aprovação da Câmara e seguiu para o Senado.

Debates e posições divergentes

Durante os debates, a base governista defendeu os movimentos sociais e questionou a constitucionalidade dos textos, enquanto a oposição defendeu o direito de propriedade e se posicionou contra as invasões.

A CPI do MST, realizada entre abril e setembro de 2023, resultou na criação de mais de dez projetos de lei, embora o relatório final não tenha sido votado.

“Enfim, aquela CPI do MST que eles desgastaram teve um grande resultado”, disse o deputado Luciano Zucco (PL-RS), presidente da CPI do MST e da Frente Parlamentar Invasão Zero. “Estamos vendo agora projetos aprovados nesta Casa que vão acabar com esses movimentos criminosos”.

Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui