Em entrevista ao Jornal da Oeste, o procurador do Ministério Público de São Paulo, Cesar Dario Mariano, a aliança entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) para pressionar o governo Lula é “preocupante”.
De acordo com o portal Metrópoles, as facções criminosas estariam articulando uma trégua para exigir a flexibilização das regras do Sistema Penitenciário Federal, onde seus líderes estão encarcerados.
Mariano explicou que, atualmente, as duas organizações conseguem incitar rebeliões e coordenar ataques a policiais. Ele também acredita que a “aliança” pode ir além, visto que as facções sempre foram rivais e sempre brigaram entre si pelo o comando do tráfico de drogas.
“Essas facções, que são historicamente rivais, estão se juntando para extorquir o governo”, disse o procurador. “Eles vão fazer exigências e, caso essas exigências não sejam atendidas, vão incitar rebeliões. Caso o PCC e o CV se unam, também veremos facções criminosas menores fazendo o mesmo.”
Desde 2016, o PCC e o CV travam uma guerra brutal pelo controle de rotas de tráfico de drogas e hegemonia nos presídios estaduais, o que resultou em massacres e disputas violentas por território em pelo menos nove Estados.
O papel das autoridades contra a possível parceria entre PCC e Comando Vermelho
Também na entrevista, o procurador afirmou que, antes de qualquer coisa, é necessário “estrangular” o crime organizado no âmbito financeiro. Prender os líderes não é suficiente, visto que outras pessoas das facções podem assumir essas funções.
Por essa razão, ele acredita que o tráfico de drogas deve ser combatido com rigor. O governo federal deve liderar essa ação, pois os Estados não têm força para combater as facções em todo o país.
De acordo com Mariano, os tribunais superiores também devem colaborar com as ações para permitir que esses criminosos sejam presos pelas autoridades policiais. “A chance do Brasil virar um narcoestado é enorme”, disse. “Veja o Rio de Janeiro. Eu já considero o Rio de Janeiro como um narcoestado. Lá não há legislação, há a lei do tráfico”.