O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), evitou comentar reportagem do jornal “The New York Times”, que revelou que Bolsonaro passou duas noites na embaixada em Brasília, entre os dias 12 e 14 de fevereiro.
A estadia ocorreu após ele ter sido alvo de operação da Polícia Federal (PF) sobre suposta tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023.
Segundo Pacheco, a ida de Bolsonaro ao local não é um indicativo de fuga ou de um crime. Ele defendeu, porém, que o fato seja apurado pelas autoridades responsáveis.
“Não cabe a mim fazer ilação em relação às circunstâncias pelas quais houve esse movimento do ex-presidente”, afirmou o presidente do Senado.
Cabe a ele esclarecer, o advogado dele, e as autoridades públicas fazerem a apuração em relação a isso. E se isso tem um significado para uma investigação, ele vai ser apurado pelas autoridades, e, na minha parte, com o poder Legislativo, poder fazer um exame de prova, uma valoração de circunstâncias
Rodrigo Pacheco
Vídeos das câmeras de segurança da embaixada obtidos pelo jornal norte-americano mostram Bolsonaro acompanhado de dois seguranças sendo recebido pelo embaixador húngaro, Miklós Halmai.
Alvo de investigações criminais, o ex-presidente não poderia ser preso estando numa embaixada estrangeira, uma vez que a área está legalmente fora do alcance das autoridades nacionais.
Segundo o “The New York Times”, a estadia no local sugere que Bolsonaro estava tentando “alavancar a sua amizade com um colega líder de extrema direita, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban”.
Durante uma visita à Hungria, em 2022, Bolsonaro chamou Orbán de seu “irmão”.
Em dezembro do ano passado, Bolsonaro e o primeiro-ministro húngaro se reuniram em Buenos Aires na posse do novo presidente da direita Argentina, Javier Milei. Lá, Orbán chamou Bolsonaro de “herói”.
Em nota, o ex-presidente Jair Bolsonaro disse que ficou hospedado na embaixada a convite “para manter contatos com autoridades do país amigo”.
“Quaisquer outras interpretações que extrapolem as informações aqui repassadas se constituem em evidente obra ficcional, sem relação com a realidade dos fatos e são, na prática, mais um rol de fake news”, diz a nota.
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