O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem avaliado a possibilidade de deixar as indicações para o Supremo Tribunal Federal (STF) e para a Procuradoria-Geral da República (PGR) para janeiro de 2024.
Interlocutores de Lula disseram à CNN, em caráter reservado, que a tese que vem sendo defendida junto ao mandatário do Palácio do Planalto é que não é o momento de “contaminar” a pauta do Congresso.
Veja também — Lula não quer se envolver em debate sobre PEC do STF
A prioridade neste momento, afirmam, deve ser a agenda econômica, com a aprovação da reforma tributária e dos projetos para taxar os super-ricos e garantir arrecadação suficiente para as metas estabelecidas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundo relatos, um interlocutor do presidente chegou a perguntar para ele, nesta terça-feira (24), se havia perspectiva de indicação, e a resposta de Lula foi não.
Para além da pauta no Congresso, também pesa o fato de que Lula ainda não tem convicção sobre as escolhas tanto para a sucessão de Augusto Aras, quanto para a de Rosa Weber.
Nesse cenário, o chefe de Estado deve ter novas rodadas de conversas no mês de novembro. Lula segue sendo aconselhado a fazer uma indicação conjunta.
Hoje, de acordo com aliados do presidente, diminuiu o favoritismo do ministro da Justiça, Flávio Dino, para ocupar a cadeira no Supremo.
A decisão de adiar a indicação para janeiro de 2024, segundo interlocutores de Lula, também leva em consideração a relação mais conturbada de Dino com o Congresso.
Pessoas próximas ao presidente apontam a resistência ao nome do ministro da Justiça como fator importante.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Davi Alcolumbre, por exemplo, tem preferência pelo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas. Cabe a Alcolumbre marcar a sabatina dos indicados do presidente.
Em relação à PGR, apesar de Lula não ter batido o martelo, grande parte do Congresso tem preferência pelo nome de Paulo Gonet, atual vice-procurador-geral eleitoral.
Compartilhe: