O papa Francisco proclamou beato o padre Nazareno Lanciotti, que foi considerado mártir no Brasil segundo os preceitos da Igreja Católica. Esse é um passo importante antes da santificação. Lanciotti, que dedicou décadas ao trabalho missionário, foi assassinado em 2001 no Mato Grosso.
Ele foi atingido por um tiro no pescoço depois de celebrar uma missa. O crime foi cometido por dois homens encapuzados, de acordo com a polícia. Depois do incidente, Lanciotti foi transferido para São Paulo, onde permaneceu hospitalizado por mais de uma semana, mas não sobreviveu aos ferimentos.
A vida do padre Nazareno Lanciotti no Brasil
Lanciotti nasceu na Itália, em 3 de março de 1940. Foi ordenado sacerdote em 1966 e chegou ao Brasil em 1971 e passou a morar em Jauru (MT), na fronteira com a Bolívia. A cidade mato-grossense tem uma avenida com o nome do religioso.
O padre ficou conhecido por denunciar tráfico de drogas, exploração de menores e esquemas de prostituição, o que gerou perseguições.
“Seu trabalho pastoral revelou-se incômodo e na noite de 11 de fevereiro de 2001, enquanto terminava o jantar com alguns colaboradores, foi gravemente ferido por 2 criminosos encapuzados que entraram em sua casa. Morreu em 22 de fevereiro, aos 61 anos”, informou o Vaticano.
Além de evangelizar, Lanciotti contribuiu para o desenvolvimento social da região, fundando a Paróquia Nossa Senhora do Pilar e 57 comunidades eclesiais, além de escolas e centros de saúde. Contudo, a investigação de seu assassinato permanece inconclusiva.
Beatificação
Além de Lanciotti, a religiosa indiana Eliswa da Bem-Aventurada Virgem foi beatificada.
O papa Francisco também assinou um decreto que começa o processo de canonização do arquiteto catalão Antoni Gaudí, conhecido principalmente pela Sagrada Família, basílica localizada em Barcelona, na Espanha.

Com a decisão do papa, o arquiteto se torna “venerável”, depois de ter “virtudes heroicas” reconhecidas. O Vaticano se referiu a ele como “arquiteto de Deus”.
“O pontífice reconheceu as virtudes heroicas de Antoni Gaudí”, afirmou o Vaticano. “O grande expoente do modernismo catalão torna-se venerável.”
O próximo para a beatificação é a atribuição de um milagre ao arquiteto. Caso haja um segundo milagre atribuído a ele e que seja reconhecido pela igreja, Gaudí poderá ser santo.