A Panasonic Holdings, conglomerado japonês fabricante de eletrônicos, anunciou nesta sexta-feira, 9, um plano de reestruturação que prevê o corte de 10 mil postos de trabalho em todo o mundo. A medida, segundo a empresa, visa melhorar a eficiência operacional e impulsionar os lucros.
Em comunicado, a companhia informou que metade das demissões acontecerá no Japão, enquanto os demais 5 mil postos serão eliminados em operações no exterior. A Panasonic, no entanto, não detalhou quais países e unidades serão afetados.
O corte equivale a aproximadamente 4% da força de trabalho global da Panasonic, que conta com cerca de 230 mil funcionários. Os desligamentos devem acontecer, majoritariamente, até o fim do ano fiscal de 2025, que termina em março de 2026.

A reestruturação deve gerar um custo estimado em 150 bilhões de ienes — equivalente a US$ 1 bilhão ou R$ 5,8 bilhões —, de acordo com o grupo. A revisão estrutural tem como foco os setores de vendas e administrativos.
Em comunicado, a Panasonic afirma que vai “rever exaustivamente a eficiência operacional em cada empresa do grupo, focando-se principalmente nos departamentos de vendas e indiretos, e reavaliar o número de organizações e pessoal realmente necessários”.
A meta da companhia é alcançar um retorno sobre o patrimônio líquido de 10% até março de 2029. Já o lucro operacional ajustado esperado para o grupo é de, no mínimo, 600 bilhões de ienes (R$ 23 bilhões) no exercício fiscal que termina em março de 2027.
May is not trending great for tech layoffs, thanks to Panasonic’s massive layoff of 10K pic.twitter.com/2YSxusMQ09
— Aakash Gupta (@aakashg0) May 10, 2025
Parte desse desempenho esperado para o ano fiscal de 2026 virá de uma reformulação dos negócios de eletrônicos de consumo, encerramento de negócios deficitários e racionalização dos investimentos em tecnologia da informação.
A área de energia, responsável pela fabricação de baterias para veículos elétricos é considerada estratégica. A Panasonic projeta crescimento de 39% no lucro operacional do segmento no atual exercício fiscal, para 167 bilhões de ienes (R$ 6,5 bilhões), diante da expectativa de aumento das vendas de baterias e sistemas de armazenamento.
No exercício anterior, o lucro da divisão foi de 120,2 bilhões de ienes, ou R$ 4,7 bilhões, abaixo da meta de 124 bilhões, ou R$ 4,8 bilhões.

Panasonic tem três fábricas no Brasil
A Panasonic virou uma das principais empresas de eletrônicos do mundo na segunda metade do século XX. O conglomerado tem sede em Osaka, no Japão, e é um dos principais fornecedores de baterias para a Tesla, a fabricante de veículos elétricos de Elon Musk.
Atualmente, a companhia produz geladeiras, televisores, máquinas de lavar, lava-louças, cooktops, coifas, secadores de cabelo, micro-ondas, condicionadores de ar, câmeras digitais, videogame, fones de ouvido e mini system, aparelhos de telefonia, pilhas e baterias.
A Panasonic também fabrica para outras empresas, com produtos como circuito fechado de TV, filmadoras profissionais, equipamentos médicos e automatização industrial.
Presente no Brasil desde 1967, com a importação e comercialização de pilhas, a Panasonic mantém atualmente três unidades fabris no país, além de um escritório administrativo em São Paulo. A fábrica de São José dos Campos (SP), inaugurada em 1974 para produzir rádios portáteis, produz hoje pilhas e componentes para áudio, vídeo e micro-ondas.
Em Manaus (AM), a planta aberta em 1981 passou a fabricar micro-ondas, itens automotivos e eletrônicos depois do encerramento da produção de TVs e sistemas de som, em 2021. Já a unidade de Extrema (MG), voltada à linha branca com foco sustentável, foi inaugurada em 2012. Ao todo, a subsidiária brasileira emprega cerca de 2 mil pessoas.