sexta-feira, fevereiro 7, 2025
InícioDestaquePanamá cancela acordo com a China, sob pressão dos EUA

Panamá cancela acordo com a China, sob pressão dos EUA

Nesta quinta-feira, 6, o presidente do Panamá, José Raúl Mulino, anunciou o cancelamento do acordo da Nova Rota da Seda com a China. A decisão econômica segue pressões dos Estados Unidos (EUA) para reduzir a influência chinesa no Canal do Panamá.

A embaixada panamenha em Pequim apresentou o documento de cancelamento, em respeito à notificação prévia de 90 dias exigida pelo acordo.

O anúncio ocorreu quatro dias antes da visita do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, ao Panamá. Rubio viajou com o objetivo de contrabalançar a suposta ingerência chinesa no canal interoceânico, o qual o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou ter interesse retomar.

“Portanto, essa é uma decisão que tomei”, afirmou o presidente Mulino, em coletiva de imprensa.

Impacto nos laços com os Estados Unidos

‘A nova política de Trump somente afetará a realidade brasileira na medida em que isso promover, ou proteger, os interesses dos norte-americanos’ | Foto: Reprodução/Twitter/X
Depois de se reunir com Rubio, Mulino decidiu não renovar o acordo | Foto: Reprodução/Twitter/X

Sobre a decisão do Panamá, Rubio afirmou ser um “grande passo” para fortalecer os laços com Washington. Os Estados Unidos consideram a Nova Rota da Seda uma estratégia para Pequim expandir sua influência global, vista como uma ameaça à segurança.

O acordo da Iniciativa Cinturão e Rota, proposto por Xi Jinping em 2013, previa o financiamento de infraestrutura na Ásia, África e América Latina. Ele teria adesão de mais de cem países.

Depois de se reunir com Rubio, Mulino decidiu não renovar o acordo, firmado em 2017 pelo então presidente Juan Carlos Varela. Segundo a carta de entendimento, o acordo seria renovado automaticamente a cada três anos.

Apesar disso, qualquer parte poderia encerrá-lo notificando a outra com três meses (90 dias) de antecedência. “Eu não sei quem incentivou na ocasião, quem assinou isto com a China”, afirmou Mulino. “O que isso trouxe para o Panamá em todos estes anos?”

Reações da China e dos EUA

Silhueta de Donald Trump com a bandeira da China ao fundo | Ilustração: Shutterstock

O porta-voz da chancelaria chinesa, Lin Jian, afirmou que a cooperação entre China e Panamá vinha ocorrendo normalmente, com resultados frutíferos, e esperava que o Panamá resistisse às “interferências externas”.

Em meio à controvérsia, o governo dos Estados Unidos informou que seus navios teriam passagem gratuita pelo Canal do Panamá. Contudo, a Autoridade do Canal do Panamá desmentiu tal afirmação e afirmou não haver ajustes tarifários.

Via Revista Oeste

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui