Uma das vantagens competitivas do time do Palmeiras, clube de São Paulo e atual bicampeão do futebol brasileiro, é administrar a pressão para, por exemplo, promover grandes reviravoltas dentro de um jogo totalmente desfavorável.
Quem assistiu ao Campeonato Brasileiro de 2023 provavelmente vai se lembrar da virada histórica sobre o Botafogo, do Rio de Janeiro, numa partida que abriu caminho para o título. O clube alviverde perdia por 3 a 1 e, em pouco mais de 15 minutos, virou o placar e venceu por 4 a 3.
Palmeiras investe na concentração dos atletas
Para superar momentos difíceis como este, em que o nível de tensão aumenta potencialmente, o clube paulista investe no treinamento físico, técnico e tático. Mas não é só isso: por trás das estratégias do técnico Abel Ferreira está o controle, sobretudo, da concentração.
Para isso, o Palmeiras usa um equipamento chamado Neurofeedback, que ajuda os atletas a exercitarem o cérebro. Não invasiva e livre de medicamentos, a ferramenta não é necessariamente uma inovação. Afinal, existe desde os anos 1980. Contudo, nem todo mundo explora esse recurso da medicina.
Conforme a neurocientista Emily Pires, da empresa BrainEstar, o treinamento permite que os jogadores aprendam a modular suas ondas cerebrais. Isso ajuda na concentração, amplia a calma em momentos de pressão e acelera a recuperação, mesmo depois dos erros.
“O Neurofeedback ensina o cérebro a manter-se em estado de alta performance, reduzindo distrações e melhorando o tempo de resposta”, explica a especialista.
Emily acrescenta que a ferramenta pode melhorar a estabilidade emocional, o foco e a resistência ao estresse. O resultado é um ganho de precisão nas jogadas e de consistência de desempenho, principalmente em situações de alta pressão, como normalmente são as finais de campeonato.
Além do Palmeiras, times da National Football League, dos Estados Unidos, e do futebol italiano usam o Neurofeedback, que é uma touca com eletrodos desenvolvidos para mapear o funcionamento do cérebro.