Ao longo da semana, Estados Unidos, Uruguai, Equador, Costa Rica e Panamá reconheceram o oposicionista Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela. A “reeleição” do ditador Nicolás Maduro foi contestada por suspeitas de fraude, levando vários países a rejeitarem seu resultado.
O Peru foi o primeiro a reconhecer González na terça-feira 30, elevando para seis o número de países que rejeitam a vitória de Maduro. O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela anunciou a reeleição de Maduro com 52% dos votos, porém, sem apresentar as atas eleitorais que comprovariam esse resultado, apesar da pressão internacional.
O governo venezuelano alegou que sofreu um ataque hacker, supostamente envolvendo o empresário Elon Musk, que dificultou a apresentação dos resultados detalhados.
As atas eleitorais, essenciais para a verificação dos resultados, não foram divulgadas. A oposição publicou documentos que mostram que González obteve 67% dos votos.
Uma análise de pesquisadores brasileiros e uma reportagem do The New York Times corroboram essa versão.
Os países que reconheceram Edmundo González como presidente
A chanceler argentina, Diana Mondino, inicialmente reconheceu a vitória de González, afirmando que “o legítimo vencedor e presidente eleito é Edmundo González”. O presidente Javier Milei e o porta-voz Manuel Adorni também endossaram essa posição, mas a chancelaria argentina recuou horas depois, não mencionando o opositor em nova nota oficial.
O Uruguai, sob o comando do presidente Luis Alberto Lacalle Pou, também reconheceu González como vencedor, assim como o presidente do Equador, Daniel Noboa, que denunciou manipulações e irregularidades nas eleições venezuelanas. A Costa Rica e o Panamá seguiram a mesma linha, rejeitando a reeleição de Maduro.
Ditadura de Maduro avança na repressão
Desde o domingo 28, mais de 1,2 mil pessoas foram presas durante protestos contra a vitória de Maduro. A decisão de reconhecer González pressiona o governo brasileiro, que continua a solicitar a divulgação das atas eleitorais.
Na quinta-feira, 1º, Brasil, Colômbia e México pediram uma “verificação imparcial” dos resultados eleitorais. A nota foi classificada como “muito boa” pelo ditador Maduro.
A oposição venezuelana, liderada por María Corina Machado, afirma ter cópias de 80% das atas, indicando 67% dos votos para González.
Em resposta à posição argentina, a Venezuela expulsou diplomatas argentinos, e o Brasil assumiu a custódia da delegação do país em Caracas, além de proteger refugiados venezuelanos e a delegação peruana depois do rompimento das relações diplomáticas entre Peru e Venezuela.