Em meio a uma onda de calor no Brasil, o novo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) revela que o mundo já fez algum progresso em controlar as emissões de carbono, mas que a temperatura global ainda deve aumentar entre 2,5°C e 2,9°C acima de níveis pré-industriais. Tudo isso, ainda neste século.
Onda de calor no Brasil
O Brasil passa por uma segunda onda de calor, com temperaturas chegando a 44,8°C em Araçuaí, cidade do interior de Minas Gerais, que no domingo (19) estabeleceu um novo recorde para o país.
Já no Rio de Janeiro, no último sábado (18), a sensação térmica foi de 59,7°C às 8h10 na zona oeste, em Guaratiba, um patamar histórico desde 2014, quando as medições do Alerta Rio começaram.
Há esperança para o aumento nas temperaturas?
- O relatório não é (tão) pessimista e, além das recomendações, traz algumas conquistas desde o Acordo de Paris, em 2015.
- O primeiro é que a projeção em 2014 era que as temperaturas subiriam 4°C a níveis pré-industriais, número que já caiu para 2,9°C. Apesar do número esperançoso, o Acordo ainda tem como meta a limitação da temperatura “bem abaixo” de 2°C, de preferência menos que isso, em 1,5°C.
- Além disso, o relatório ainda diz que, em 2015, a projeção era de um aumento de 16% da emissão de gases do efeito estufa, número que já caiu para 3%.
- Contudo, para atingir o valor ideal de limitar o aumento da temperatura em 2°C, ainda deve cair mais 28% até 2030 e, para atingir 1,5°C, 42%.
Ressalvas
Como aponta o site The Verge, o progresso ainda não é suficiente para cumprir com as metas do Acordo de Paris. Por exemplo, se a meta mais promissora era limitar o aumento da temperatura global em até 1,5°C, um novo estudo da revista Nature Climate Change mostra que esse nível já pode ser superado em 2029.
Além disso, na sexta-feira (17), as médias das temperaturas globais subiram acima da casa dos 2°C pela primeira vez na história. Apesar de ter acontecido brevemente, não é um sinal satisfatório do que pode vir pela frente.
Ainda assim, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, é otimista, afirmando que é possível limitar a temperatura antes de ser tarde. Líderes mundiais devem se reunir para discutir a situação climática global em 30 de novembro.