quinta-feira, setembro 19, 2024
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Países latino-americanos reagem à expulsão de diplomatas determinada por Maduro

Os governos dos sete países latino-americanos cujos corpos diplomáticos foram alvos de ordem de expulsão da Venezuela reagiram à decisão do ditador Nicolás Maduro.

O ditador enviou a ordem para Argentina, Chile, Costa Rica, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai, que juntamente com Equador e Paraguai, emitiram um comunicado conjunto logo depois das eleições do último domingo, 28, para ressaltar a necessidade de respeito à vontade popular. A ONU também se uniu ao coro de pedidos por um escrutínio dos votos.

Maduro foi proclamado reeleito no domingo pelo Conselho Nacional Eleitoral, órgão controlado pela ditadura. Apesar disso, pesquisas anteriores à eleição e de boca de urna indicavam a vitória do candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, com ampla margem de votos.

A oposição, além da intensa perseguição sofrida nos últimos meses, denunciou fraudes na votação de domingo. Segundo os opositores, González obteve ao menos 70% dos votos, mas no resultado oficial Maduro conseguiu 51% dos votos contra 44% do opositor.

Os sete países latino-americanos sancionados por Maduro pediram uma recontagem dos votos e maior transparência no processo. O ditador, no entanto, considerou essas declarações uma ameaça à sua soberania nacional e anunciou a expulsão de seus representantes diplomáticos.

As reações dos 7 países latino-americanos contra a expulsão determinada por Maduro

Argentina

A chefe da diplomacia argentina, Diana Mondino, negou a ruptura de relações com a Venezuela e disse que não há lógica na decisão de Maduro. A situação é complexa, pois a Embaixada da Argentina em Caracas abriga refugiados da oposição venezuelana, uma situação “realmente inédita”, segundo a ministra.

Chile

O ministro das Relações Exteriores do Chile, Alberto Van Klaveren, classificou a decisão de Maduro como “típica de regimes ditatoriais”. A ministra do Interior e vice-presidente do Chile, Carolina Tohá, destacou a importância de garantir a transparência e validade dos resultados eleitorais na Venezuela.

Costa Rica

Na Costa Rica, a medida de Maduro teve pouco impacto prático, pois as relações entre os dois países já estavam suspensas pela Costa Rica desde 2020. A presença consular foi retomada em 2023, mas sem representantes diplomáticos no país. Atualmente, não há funcionários diplomáticos ou consulares na Venezuela.

Panamá

O presidente José Raúl Mulino decidiu retirar os diplomatas do Panamá da Venezuela, suspendendo as relações com Caracas até uma revisão completa das atas eleitorais e do sistema de contagem de votos. Os países não têm embaixadores. A relação bilateral é mantida com encarregados de negócios.

Peru

Em resposta à expulsão, o Peru ordenou que os diplomatas venezuelanos deixem o país em 72 horas, devido às decisões consideradas arbitrárias pelo governo de Lima.

República Dominicana

O presidente da República Dominicana, Luis Abinader, expressou preocupação com a falta de transparência do processo eleitoral venezuelano, mas até agora não houve uma posição oficial sobre a expulsão dos diplomatas.

Uruguai

O governo de Luis Lacalle Pou considerou a decisão de Maduro injustificável e intempestiva. A situação dos diplomatas uruguaios em Caracas será avaliada nas próximas horas.



Via Revista Oeste

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