Desde 2019, a administração de Fufuca Dantas (PP), prefeito de Alto Alegre do Pindaré (MA), firmou contratos que somam R$ 9,7 milhões com a Projeplan, uma empresa de engenharia criada há seis anos. Ele é pai do atual ministro dos Esportes do governo Lula, André Fufuca.
A Projeplan, que foi fundada em 2018 com um capital inicial de R$ 600 mil, é especializada em obras públicas. A corporação se dedica, por exemplo, a serviços de manutenção de prédios municipais e de construção de unidades habitacionais.
Curiosamente, a empresa que já recebeu quase R$ 10 milhões da Prefeitura de Alto Alegre do Pindaré teve três jovens proprietários, todos com 25 anos ou menos. Desses, dois participaram da campanha eleitoral de André Fufuca, conforme o portal UOL. Filiado ao mesmo partido do pai, o atual ministro foi eleito deputado federal em 2014, 2018 e 2022.
Em 2020, a Projeplan participou de um projeto financiado por uma emenda parlamentar de R$ 2,3 milhões, indicada por André Fufuca, na época deputado federal. Os recursos foram para melhorias de estradas por meio da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).
Clóvis Luiz Paz Oliveira, superintendente da 8ª Regional da Codevasf no Maranhão, enviou um documento a Fufuca Dantas sobre o projeto. No entanto, a companhia ainda aguarda explicações da prefeitura sobre o uso dos recursos. Além disso, estabeleceu o prazo até 17 de maio para receber uma resposta do Executivo municipal.
Situação da empresa Projeplan
O empresário Caio Rubens Vieira da Silva, atual proprietário da Projeplan e que completa 24 anos este mês, está sob investigação da Polícia Federal. De acordo com a corporação, ele é suspeito de compra de votos para André Fufuca, que comanda o Ministério dos Esportes desde setembro de 2023.
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Desde sua fundação, a empresa já teve três diferentes proprietários, todos beneficiários do auxílio emergencial durante a pandemia de covid-19. Dois deles, no entanto, devolveram os recursos.
Posicionamento do ministro André Fufuca
André Fufuca nega qualquer conflito ético em relação aos quase R$ 10 milhões que foram do caixa da prefeitura do pai dele para a empresa sob comando de aliados dele. Em nota, ele afirma que a relação dos empresários com sua campanha eleitoral não implica em proximidade pessoal.
Nesse sentido, o aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também defendeu a indicação de emendas para a prefeitura de seu pai. De acordo com ele, isso faz parte de suas responsabilidades enquanto parlamentar para promover o desenvolvimento local.
Sobre os contratos firmados pela prefeitura de seu pai com colaboradores de sua campanha, o ministro afirmou que não é de sua competência opinar sobre as atividades do município.