O prefeito Eduardo Paes (PSD) sancionou nesta quarta-feira, 3, a lei que incentiva a instalação da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro. O projeto visa a criar um possível concorrente para a B3, sediada em São Paulo.
Paes, prefeito do Rio de Janeiro, anunciou a novidade em um vídeo nas redes sociais, em que fez uma brincadeira com os “amigos da Faria Lima”, região paulistana famosa pelo mercado financeiro, informou a Folha de S. Paulo.
O prefeito garante que a iniciativa trará benefícios para cariocas, paulistas e para todo o país. “Fala aí, meu! Atenção, investidores, população do Rio de Janeiro e, em especial, meus amigos da Faria Lima: ela está chegando”, afirmou Paes.
“Aquela que movimenta um setor que só no Rio foi responsável por mais de R$ 1,5 bilhão arrecadados em ISS nos últimos três anos, que vai gerar empregos e negócios, estimular a concorrência e atrair capital. Deem as boas-vindas à Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.”
Em tom irônico, Paes comentou que o lifestyle da cidade está mudando. “Já temos patinete elétrico por aí, cada vez mais gente com copo Stanley, e até uma turma de coletinho já estamos vendo, uns ‘p. cara legal’”, disse, referindo-se ao estilo dos operadores financeiros de São Paulo.
O prefeito, que deve concorrer à reeleição este ano, encerrou o vídeo destacando que o beach tennis no Rio é jogado na “praia de verdade”.
Os vereadores do Rio aprovaram na semana passada a lei que reduz o ISS de 5% para 2% para facilitar a instalação da nova Bolsa de Valores.
O Rio de Janeiro já teve sua própria Bolsa de Valores entre 1820 e 2002, quando foi incorporada pela Bolsa de Valores de São Paulo, hoje conhecida como B3.
Expectativa de operação em 2025
Espera-se que a nova Bolsa comece a operar em 2025, após aprovações do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários. A ATG está desenvolvendo o projeto.
O presidente executivo da ATG afirmou que a estrutura física e digital estará pronta até o final deste ano, com testes previstos para o primeiro semestre de 2025.
A nova Bolsa negociará as mesmas ações da B3, que inclue as blue chips Vale e Petrobras. Brasil e Espanha são os únicos países do G20 com apenas uma Bolsa de Valores.
A nova instituição também pretende atuar nos mercados de derivativos e câmbio, e não descarta uma oferta inicial de ações. “Qualquer projeto grande e sério sonha em um IPO.”
Pracownik afirmou que o objetivo não é tirar mercado da B3, mas aumentar o volume de negociações no Brasil, que ele considera baixo para o potencial econômico do país.
“Concorrência traz eficiência; natural que um monopolista quando confrontado com a concorrência adote medidas para se proteger, manter margem e market share“, declarou.
Ele mencionou que as reuniões com representantes da B3 têm sido positivas. Pracownik também ressaltou que ainda não foi escolhido o nome da nova Bolsa nem o local da sede. “Queremos um lugar que valorize as belezas naturais da cidade”, afirmou.
A ATG foi adquirida pelo Mubadala Capital, braço de gestão de ativos do fundo soberano de Abu Dhabi.