Depois de questionar a competência do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, no comando da petroleira, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, passou repentinamente a elogiar o CEO da estatal. A mudança de postura aplacou a pressão para a saída do executivo do seu posto.
Em uma entrevista coletiva na quarta-feira 9, Silveira disse ter o “mais profundo respeito e admiração” pelo presidente da Petrobras. “Tenho carinho e profundo respeito pelo ser humano que ele é.”
Em sua coluna desta sexta-feira, 12, no jornal O Globo, a jornalista Malu Gaspar informou que o ministro não deu nenhuma explicação mais aprofundada aos aliados que o questionaram sobre sua conversão.
Mas, segundo a colunista, as falas de Silveira foram moduladas pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que o indicou ao cargo de ministro do governo Lula.
O senador teria falado diretamente com o ministro, no início da semana, para “puxar o freio” e parar com as pressão sobre Prates. Conforme a jornalista, Pacheco também aproveitou uma reunião com o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) para dizer que considera o trabalho de Prates bom. Ele também deixou claro que não via razões para a troca de comando da petroleira.
Antes disso, vários senadores teriam procurado Pacheco para pedir que poupasse o presidente da Petrobras.
Recentemente, em entrevista à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Prates anunciou que pediria uma reunião com Lula para saber sobre o seu futuro na Petrobras. O Globo diz que a atitude foi “muito mal recebida pelo presidente, que não gosta de ser emparedado”, e até hoje não recebeu Prates.
Nos bastidores da política, Pacheco entendeu que, como Lula demorou a definir a situação do CEO da Petrobras, Silveira corria o risco de ficar sozinho em uma “guerra de dossiês e acusações no governo”. Para Malu Gaspar, as consequências disso seriam imprevisíveis.