Nascido no Rio de Janeiro, Mark Baumfeld, 50 anos, mora em Israel há cerca de quatro. Foi sozinho, na busca de novos horizontes. Seu filho ficou no Brasil, com a mãe, de quem Mark se separou há alguns anos.
Ele trabalha em um dos terminais do porto de Haifa, cidade ao norte. Haifa tem sido alvo dos últimos bombardeios do grupo terrorista Hezbollah.
Com o aumento do número de ataques, este domingo, 22, dia de trabalho em Israel, foi o primeiro que exigiu alguma mudança na rotina de Mark e seus colegas.
“Mas ouvimos o barulho das bombas, descemos do caminhão na hora em que estávamos trabalhando e paramos nossas atividades por 10 minutos, nas duas vezes, depois retornamos e foi até o final do dia normalmente.”
Na ida para o porto, desde onde mora, em Carmiel, a cerca de 50km, ele também notou alguma diferença.
“Na hora que eu vim para o trabalho, o trânsito estava bem menor, as escolas hoje não abriram, muitas lojas fechadas, muita gente não trabalhou hoje.”
Mark procura manter a tranquilidade neste momento difícil. Mesmo pressionada pelos mísseis, a população de Israel aprendeu a lidar com esse tipo de ameaça.
Mark tem uma rotina tranquila. Prefere mais ir a bares calmos ou frequentar a casa de amigos. Como bom carioca, ainda vai à praia, quando trabalha pela manhã, até as 14h. Seu trabalho é dividido em três turnos: às vezes ele faz o da noite, outras o da tarde e o da manhã. A ansiedade, no entanto, é inevitável para alguns.
“Alguns amigos do trabalho preferem não ir trabalhar quando está uma situação mais tensa, tem medo de sair de casa, as pessoas não vão na rua, se protegem mais, na verdade.”
Duração da guerra
Durante a manhã e a noite deste domingo, 22, cerca de 150 foguetes, mísseis de cruzeiro e veículos aéreos não tripulados (UAVs) foram lançados em direção ao Estado de Israel, a maioria deles para o norte, pelo Hezbollah.
Pela primeira vez o grupo disparou foguetes Fadi 1 e 2 nas áreas do Vale de Jezreel e Haifa, informa a Alma Research. Nesta semana, desde terça-feira 17, Israel intensificou os ataques ao Hezbollah no Líbano.
Primeiro, com a explosão de pagers e de walkie-talkies. Depois, com ataques no Sul e em Beirute, que mataram líderes da organização.
O Hezbollah apenas respondeu com uma prática que se tornou habitual desde 7 de outubro: lançar mísseis em Israel.
A grande maioria dos foguetes lançados desde o Líbano neste domingo foi interceptada pelas Forças de Defesa de Israel (FDI), mas houve uma série de ataques a casas, estruturas agrícolas e estradas.
“Eles fizeram um ataque forte a nós neste domingo e Israel certamente vai retaliar, acho que ainda vai demorar para acabar esta guerra”, completa Mark.