quinta-feira, novembro 21, 2024
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Ouça áudio que mostra negociação pela morte de delator do PCC

Um áudio em posse do Ministério Público de São Paulo (MPSP) mostra uma conversa reveladora entre um policial civil e um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC). No diálogo, ambos negociam a morte do empresário e delator Antônio Vinicius Lopes Gritzbach. Este último foi morto a tiros na sexta-feira 8, no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.

O áudio, gravado secretamente por Gritzbach, foi entregue pelo delator ao MPSP. Durante a conversa, o integrante do PCC oferece R$ 3 milhões para matar Gritzbach. “Você acha que R$ 3 milhões vai?”, pergunta o representante da facção. O policial responde: “É, pensa nos R$ 3 milhões. Vai pensando. Me fala depois”. “Mas você acha que está fácil resolver ou está complicado?”, pergunta o criminoso, ao que o policial afirma: “Tá fácil, facinho”.

Essa gravação trouxe à tona a ligação de autoridades com o PCC. Valdenir Paulo de Almeida, conhecido como “Xixo”, é o policial civil registrado na conversa. Ele já havia sido preso em agosto, pela Polícia Federal, sob acusação de receber R$ 800 mil em propinas do PCC. Depois da ligação, “Xixo” afirmou a Gritzbach que era “seu irmão”, sinalizando cumplicidade e confiança.

Gritzbach era alvo do PCC por supostamente estar envolvido no assassinato de dois integrantes de alto escalão da facção. Em dezembro de 2023, o delator sobreviveu a uma tentativa de homicídio. Além disso, havia firmado um acordo de delação premiada para colaborar em investigações sobre lavagem de dinheiro por parte do PCC.

A morte do delator do PCC

O delator foi morto em plena luz do dia, com um tiro de fuzil no rosto. Imagens de câmeras de segurança registraram os atiradores descendo de um carro preto e executando o empresário. O atentado também feriu três pessoas sem ligação com Gritzbach.

Entre as vítimas estava o motorista Celso Araújo Sampaio de Novais, que faleceu um dia depois de ser internado em estado grave. Em seus depoimentos, Gritzbach revelou possuir documentos que comprovavam movimentações financeiras da facção.

“Tenho planilhas de pagamentos, contrato, matrícula, contas de onde vinham seguindo o dinheiro”, disse o delator, em depoimento. “Então, dá para a gente fazer o caminho inverso.” Durante sua colaboração, Gritzbach ressaltou a necessidade de segurança. “Preciso de um amparo de vocês também, senão vocês estão falando com um morto-vivo hoje aqui”, disse.

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Via Revista Oeste

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