Nas últimas décadas, os rios atmosféricos, que transportam vapor de água acima da superfície da Terra, mudaram de posição. Uma alteração que pode impactar padrões climáticos em todo o planeta.
Antes de mais nada, saiba o que é um rio atmosférico.
O que é um rio atmosférico?
- Um rio atmosférico é uma região da atmosfera com fluxo concentrado de vapor de água;
- Como mencionado antes, eles transportam ar úmido dos trópicos para latitudes mais altas;
- Também conhecidos como rios voadores, são invisíveis e sem margens definidas;
- O ar úmido dos rios atmosféricos, combinado com ventos fortes, pode causar muita chuva (ou neve, dependendo da região);
- No Brasil, os rios atmosféricos fluem principalmente da região amazônica, influenciando as chuvas em grande parte do país. No Sudeste, por exemplo, a influência é maior nos meses mais quentes do ano;
- Nos EUA, o “Pineapple Express” é um forte rio atmosférico que transporta umidade do Pacífico tropical ao redor do Havaí em direção à costa oeste e Canadá e pode causar chuvas torrenciais na Califórnia, Oregon, Washington e British Columbia;
- No fim, fica claro que os rios atmosféricos influenciam o clima e distribuem precipitação por todo o mundo.
Segundo cientistas da UC Santa Barbara, os rios atmosféricos em ambos os hemisférios se moveram aproximadamente 6° a 10° mais perto dos polos nos últimos 40 anos. Isso significa que as áreas afetadas por eles agora estão mais ao norte no Hemisfério Norte e mais ao sul no Hemisfério Sul do que costumavam estar.
Os pesquisadores apontam que um dos motivadores da mudança pode ter sido o resfriamento no Pacífico tropical oriental nas últimas quatro décadas.
A nova pesquisa indica que os recentes deslocamentos dos rios atmosféricos em direção aos polos podem trazer mudanças no clima já nos próximos anos. Regiões que costumavam depender de rios atmosféricos para precipitação podem enfrentar mais secas e ondas de calor, enquanto regiões em latitudes mais altas provavelmente terão chuvas mais intensas e um risco maior de inundações.
No entanto, ainda há muitas incógnitas sobre os efeitos colaterais. É provável que consequências imprevistas também atinjam os oceanos, o que, segundo os autores do estudo, “requer mais atenção”.
O estudo foi publicado na revista Science Advances.