A ginasta Rebeca Andrade, atleta brasileira com mais medalhas na história das Olimpíadas, é a principal atração do Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística, realizado nesta semana, em João Pessoa, na Paraíba. As finais estão previstas para este domingo, 22.
No entanto, por questões físicas, a ginasta não competirá no solo. Segundo o treinador de Rebeca Andrade, Chico Porath, essa decisão é parte de um plano para mantê-la fisicamente saudável até a Olimpíada de Los Angeles 2028.
Em entrevista ao portal iG, Chico Porath explicou que a ginasta sofre com dores nos joelhos por causa das três lesões graves que enfrentou durante a carreira. Por isso, o projeto para Los Angeles 2028 inclui um começo de ciclo mais leve, com foco no salto e nas barras paralelas.
“A Rebeca se tornou especialista em todos os aparelhos e ainda tem de ajudar a equipe”, disse o treinador. “O solo, realmente, é o que desgasta mais. Acredito que, tendo essa pausa e em um começo de ciclo bem leve, vamos conseguir minimizar essas dores crônicas que ela tem.”
O treinador acrescenta que Rebeca Andrade deve se manter em alto nível na Olimpíada de Los Angeles. “Vamos ver quais serão os aparelhos que ela estará em melhor nível e menos desgastante”, observou. “O solo é o que desgasta mais. É o último aparelho que ela pode ajudar. Fazer uma Olimpíada com cinco séries de solo em dez dias é muito pesado, consome bastante.”
Chico Porath, que está ao lado de Rebeca Andrade há cerca de 20 anos, enfatizou que é o momento de a ginasta de 25 anos cuidar de sua condição física. “O projeto é ela se manter especialista no salto, aparelho que ela domina bastante, e nas paralelas, que ela adora”, disse. “Trave ela não gosta muito, mas pegou gosto após chegar à final. Vamos ver. Tudo é possível. O solo vai depender do corpo dela, mas chegou a hora de respeitar isso.”
Os próximos passos de Rebeca Andrade
A ginástica brasileira alcançou um marco histórico ao conquistar o bronze por equipes na Olimpíada de Paris 2024. Conforme o treinador, será difícil manter o nível elevado para as próximas gerações. Ele afirmou, no entanto, que é possível obter novos grandes resultados nos próximos Jogos Olímpicos.
“O primeiro passo é fazer todo mundo acreditar”, afirmou Chico Porath. “A partir do momento em que demos esse primeiro passo, as próximas gerações não estão tão distantes. É claro que esse bronze foi muito difícil de ser conquistado. Há vários outros países ótimos na ginástica, mas sabemos que é possível. Vamos tentar novos resultados inéditos.”
Estrela do Brasil
A trajetória da ginasta Rebeca Andrade é repleta de momentos em que é possível observar um salto para uma nova etapa. Desde a infância humilde até a transformação em celebridade do esporte.
Nascida em Guarulhos (SP), em 8 de maio de 1999, desde menina Rebeca Andrade contou com o apoio da mãe, Rosa, que trabalhava como empregada doméstica.
Conforme disse a Oeste, a mãe já confiava em novas conquistas da filha. “Rebeca fez uma ótima preparação, tem tudo para voltar a nos orgulhar”, afirmou Rosa, antes da Olimpíada de Paris. “Estou na expectativa de poder ir, só aguardo confirmação.”
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