Um dos principais nomes da história do skate feminino brasileiro e mundial, Leticia Bufoni está em São Paulo para o Red Bull Drop in Tour, evento de apresentações e exibições de skate realizado em várias etapas ao redor do mundo.
Em entrevista à CNN Brasil, a atleta falou sobre a popularização da modalidade após ser incorporada às Olimpíadas e principalmente sobre a cultura do esporte e os novos fãs.
“Depois das Olimpíadas, os novos fãs de skate não entendem sobre a cultura do skate, que você pode ser um skatista profissional, viver do skate, e não necessariamente competir. Então, legal que esse evento [Red Bull Drop in Tour] está vindo para cá [Brasil] com a cultura do skate, com apresentações e rolês nos picos de rua. Isso que realmente é a cultura do skate”, afirmou.
“Assim que a gente começa a andar de skate, andando na rua, gravando vídeo, fazendo foto. Legal que esse evento está trazendo o outro lado, é legal mostrar isso para os novos fãs de skate”, completou.
Leticia Bufoni compete no skate street e é a maior campeã feminina da história do X Games, com seis títulos, além de ter um título mundial.
A skatista conta também que a quantidade de mulheres no início da carreira era muito menor e que foi uma das pioneiras com um novo estilo entre os adeptos do esporte.
“Quando eu comecei a andar de skate, quase não havia mulheres. Bem no começo, eu acho que eu era a única menina que andava de skate, porque a gente não tinha rede social. Então era mais difícil conseguir acompanhar o que acontecia no skate mundial, que já era muito mais forte que aqui no Brasil”, explicou.
“Eu ia para a pista de skate da minha região e só tinha meninos. Eu comecei só com meninos. Demorei uns dois anos para descobrir que tinham outras mulheres que andavam de skate. Não tinha tanto evento, suporte, até material era difícil naquela época.
Letícia explica que o cenário mudou muito com Olimpíadas e X Games, um dos principais torneios de skate do mundo.
“É muito mais fácil andar de skate, porque há grandes referências, como a Rayssa Leal, que é uma grande referência para a nova geração. Eu não tinha essa referência que eu poderia falar para os meus pais: “Quero andar de skate, quero ser igual a essa menina, ela anda, ela é profissional, ela vive disso”. Hoje em dia, para ter apoio dos pais, está muito mais fácil. Na minha época não tinha isso.