terça-feira, setembro 17, 2024
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Origem dos maiores depósitos de minério de ferro do mundo pode ter mudado

Pesquisadores da Universidade de Curtin, em Perth (Austrália), liberaram uma nova pesquisa que aponta para uma descoberta curiosa: os maiores depósitos de minério de ferro no mundo existem há menos tempo do que se imaginava.

Anteriormente, acreditava-se que os maiores depósitos de minério de ferro, que ficam localizados na província de Hamersley, na Austrália Ocidental, teriam se formado há cerca de 2,2 bilhões de anos.

O novo estudo, no entanto, aponta que esses mesmos depósitos, na verdade, se formaram quando o antigo supercontinente Columbia se desintegrou, algo que teria acontecido há cerca de 1,4 bilhão de anos.

Ou seja, quase 1 bilhão de anos antes do que se tinha conhecimento.

Como os maiores depósitos de minério de ferro do mundo surgiram

A província de Hamersley é berço de um dos maiores depósitos de minério de ferro conhecidos no mundo, com mais de 55 bilhões de toneladas (50 gigatoneladas métricas).

Para se ter uma ideia mais detalhada: esse minério todo teria se acumulado em uma porção de terra conhecida como Cráton Pilbara.

Cráton Pilbara, por sua vez, é um dos dois únicos fragmentos de crosta terrestre que datam do Éon Arqueano – ou seja, um período geológico da Terra que abrange entre 3,8 bilhões e 2,5 bilhões de anos atrás.

Essa porção de terra também foi a que se uniu posteriormente para formar a Austrália.

Crédito: D-VISIONS/shutterstock.com

Com base nas novas informações e utilizando técnicas de datação direta, os pesquisadores australianos puderam estudar mais a fundo o que isso poderia significar para o surgimento dos depósitos de minério de ferro.

Assim, identificou-se que os depósitos teriam se formado em um período entre 1,4 bilhão e 1,1 bilhão de anos atrás.

Liam Courtney-Davies, geocronologista e pesquisador associado pós-doutorado no John de Laeter Centre (da Universidade de Curtin), explica que o período em que os depósitos de minério se formaram coincide com a época em que os supercontinentes estavam se desintegrando para formar outras porções de terra.

“A energia épica dessa atividade geológica foi o que provavelmente desencadeou a produção de bilhões de toneladas de rocha rica em ferro em Pilbara”, afirmou o também principal autor do estudo, o, via comunicado.

Isso também poderia explicar o porquê de esses depósitos estarem localizados justamente no continente australiano.

Vale dizer que a Austrália Ocidental hoje é o maior produtor mundial de minério de ferro e o maior exportador da Austrália, tendo contabilizado no último ano fical mais de US$ 131 bilhões em exportação.

Para além da descoberta do nascimento dos depósitos, a identificação também ajuda os especialistas a entender onde procurar por mais minério.

“A descoberta da ligação entre estes depósitos gigantes de minério de ferro e as mudanças nos ciclos dos supercontinentes aumenta a nossa compreensão acerca de processos geológicos antigos e melhora a nossa capacidade de prever onde devemos explorar no futuro”.

Liam Courtney-Davies

O estudo completo intitulado “Uma mudança de um bilhão de anos na formação dos maiores depósitos de minério da Terra” (ou “A Billion-Year Shift in the Formation of Earth’s Largest Ore Deposits”, no original em inglês) foi publicado pela revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS).

Via Olhar Digital

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