A grande parte dos planetas existentes no Universo orbitam uma estrela. Eles são parte de sistema de planetas e são similares ao nosso Sistema Solar, no qual os planetas, como a Terra, orbitam o Sol, nossa estrela.
Contudo, existem alguns planetas que vagam sozinhos e sem rumo no cosmos. Por alguma razão, seja uma colisão próxima ou perturbações gravitacionais lentas que desestabilizam sua órbita, esses planetas são “expulsos” de seus respectivos sistemas solares e vagam à deriva.
Esses planetas “rebeldes” são notoriamente difíceis de se encontrar, mas, conforme os astrônomos vão descobrindo-os, eles tomam ciência de que tais planetas são mais comuns do que se pensava.
Para um sistema planetário com apenas uma estrela como o nosso, um mundo pode tanto precisar de uma colisão próxima para ser “expulso” do sistema solar, ou de um conjunto de mundos próximo para gradualmente desestabilizá-lo.
Sabe-se, pela evolução de nosso Sistema Solar, que os planetas mudaram significativamente suas órbitas (e continuam mudando). E sabemos que a Terra e a Lua se formaram quando um mundo do tamanho de Marte chocou-se com nosso planeta quando era novo, então, planetas “rebeldes” podem vir de sistemas como o nosso.
Mas simulações mostram que o número de mundos neste estilo que uma estrela solitária produz é relativamente pequena.
Solitários
- Um novo estudo, publicado no servidor de pré-impressão arXiv, pode ter solucionado a origem desses planetas;
- Segundo o Phys.org, a equipe da pesquisa focou em sistemas estelares binários, especificamente nos inclinados, onde o plano orbital do sistema planetário de cada estrela é deslocado do outro;
- Eles rodaram simulações computacionais desses tipos de sistemas, tanto quando as estrelas binárias orbitam umas às outras em trajetória bem circular, quanto quando têm trajetória altamente elíptica;
- Depois, compararam os resultados com os de sistemas estelares únicos.
Descoberta
Eles descobriram que, enquanto sistemas planetários com apenas uma estrela precisam estar pouco espaçados para criar um mundo solitário, em sistemas de planetas binários, podem ser bem-espaçados e, ainda assim, gerarem “rebeldes”.
A combinação de rebocadores gravitacionais de ambas as estrelas e outros mundos é o bastante para desestabilizar as órbitas dos planetas menores. Com base nas simulações, se as duas estrelas tiverem órbita circular, então, a presença de um mundo do tamanho de Netuno é suficiente para gerar mundos “rebeldes”.
Se as estrelas binárias orbitam umas às outras em órbita elíptica, então, a presença de uma super-Terra é o bastante para gerar planetas “rebeldes”.
Muitos desses mundos descobertos até hoje foram modelos gasosos bem largos. Dado o quão comum que as super-terras estão ao redor de estrelas-anãs vermelhas, a Via Láctea pode ser preenchida com pequenos e rochosos planetas “rebeldes”. O desafio será encontrá-los no Espaço interestelar escuro e frio.