Policiais civis da Delegacia do Consumidor (Decon) deflagraram neste domingo, 20, a segunda fase da Operação Verum, contra os suspeitos de envolvimento na emissão de laudos falsos emitidos pelo Laboratório PCS Saleme, que resultaram no transplante de órgãos contaminados com HIV, o vírus causador da aids, no Rio.
De acordo com nota da Polícia Civil, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, além de uma prisão: foi detida em em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, Adriana Vargas dos Anjos, coordenadora técnica do Laboratório PCS Saleme suspeita de envolvimento na emissão de laudos falsos que resultaram na infecção por HIV de pacientes transplantados.
O delegado Wellington Pereira, responsável pelas investigações, disse à GloboNews que Adriana era coordenadora de uma unidade operacional e “teria sido uma das pessoas que teria passado uma ordem para controlar os gastos do laboratório”.
As investigações sobre doação de órgãos contaminados
Na primeira fase da operação, realizada há uma semana, em 14 de outubro, duas pessoas foram detidas e outros dois mandados de prisão foram executados nos dias seguintes em . “Atualmente, além das diligências de hoje, estão em andamento a análise dos documentos e materiais apreendidos”, informou a Polícia Civil.
Segundo as investigações, conduzidas pela Delegacia do Consumidor, houve uma falha operacional no controle de qualidade aplicado nos testes, com o objetivo de diminuir custos. A análise das amostras deixou de ser realizada diariamente e se tornou semanal, dizem as autoridades policiais.
Em nota enviada ao Estadão, a Polícia Civil destacou que a contratação do laboratório PCS Saleme pelo Governo do Estado também está sendo investigada. As novas fases da investigação, contudo, estarão sob sigilo.
Em 11 de outubro, o laboratório disse ter enviado à Central Estadual de Transplantes os resultados de todos os exames de HIV realizados em amostras de sangue de doadores de órgãos entre 1º de dezembro de 2023 e 12 de setembro de 2024, período em que prestou serviços à fundação.
Nesses procedimentos, segundo o posicionamento, foram utilizados os kits de diagnóstico recomendados pelo Ministério da Saúde e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O laboratório afirmou ainda que abriu sindicância interna para apurar as responsabilidades do caso, um episódio “sem precedentes na história da empresa”.
Redação Oeste, com informações da Agência Estado