A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara deve analisar, na próxima segunda-feira (20), cinco requerimentos que pedem a convocação do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida.
Os pedidos são para que o ministro preste esclarecimentos ao colegiado sobre a pasta ter pago passagens aéreas e diárias para Luciane Farias, conhecida como a “dama do tráfico”, para participar de agendas do governo federal em Brasília.
Os requerimentos foram protocolados por deputados da oposição ao governo. São eles:
- Kim Kataguiri (União Brasil-SP);
- Eduardo Bolsonaro (PL-SP);
- Carlos Jordy (PL-RJ);
- Junio Amaral (PL-MG); e
- Adriana Ventura (Novo-SP).
Luciane é esposa de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como Tio Patinhas. Ele é apontado como um dos chefes de uma facção criminosa no Amazonas.
Os dois foram condenados, em segunda instância, por lavagem de dinheiro, associação para o tráfico de drogas e organização criminosa. Clemilson cumpre pena de 31 anos em um presídio no Amazonas.
Nessa quinta-feira (16), um grupo de 46 deputados apresentou um pedido de impeachment contra Silvio Almeida.
Encabeçado pelo deputado Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), o pedido de impeachment diz que, ao custear as despesas de Luciana para participar de agenda em Brasília, o governo “pôs o aparato estatal à disposição de indivíduo umbilicalmente ligado ao tráfico de ilícito drogas”.
Para o deputado, a conduta de Silveira evidencia uma “cumplicidade no mínimo escandalosa”. “A sua conduta, para além de evidenciar uma cumplicidade no mínimo escandalosa das altas esferas da Administração federal com o crime organizado, que passou a frequentar os mais nobres salões do Poder Executivo, é demonstrativa também da sua disposição de – à frente do Ministério dos Direitos Humanos – utilizar os recursos do Estado em prol para facilitar a penetração de associados criminosas no âmago do aparato público”, diz o documento.
Entre os deputados que assinam o pedido, 30 são do Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro e principal sigla de oposição ao governo no Congresso.
Partidos como União Brasil, Republicanos e PP, que integram o primeiro escalão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), somam cinco, três e duas assinaturas, respectivamente. O Novo é responsável por três assinaturas. Podemos, PSD e Patriota têm uma assinatura cada um.
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