Uma operação de grande escala na Europa investiga um possível esquema de corrupção na compra de armas pelo Brasil. A ação mobilizou 65 policiais e 12 procuradores especializados em crimes financeiros de quarta-feira 26 a sexta-feira 28. A Agência de Cooperação Criminal da União Europeia (Eurojust) coordenou as investigações.
Os agentes realizaram buscas nos escritórios da fabricante de armamentos Thales. A ação ocorreu na França, na Holanda e na Espanha.
Foco da investigação de corrupção na compra de armas
De acordo com a CNN, o foco é a possível corrupção de funcionários públicos brasileiros — ainda não identificados. A operação está dividida em duas fases.
A primeira fase, iniciada em 2016, envolve crimes de corrupção de funcionários públicos estrangeiros, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro na venda de submarinos e construção de uma base naval no Rio de Janeiro.
A segunda fase, revelada agora, foi aberta em junho de 2023. Segundo informações do portal espanhol Infodefensa, as novas suspeitas de corrupção recaem sobre o fornecimento ao Brasil de radares fabricados pela Thales na Holanda.
Governo Lula já comprou equipamentos da Thales
Durante seu segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula decidiu comprar equipamentos da Thales, em parceria com a italiana Alenia Space. O objetivo foi construir o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas 1 (SGDC-1).
O jornal francês Le Figaro informou que, em 2008, o então presidente francês, Nicolas Sarkozy, assinou contrato com Lula para a venda de quatro submarinos Scorpène. Três desses já foram entregues.
Parte da parceria também incluiu a construção de uma base naval de submarinos em Itaguaí (RJ), inaugurada em 2018.
A megaoperação que investiga um possível crime de corrupção envolveu 65 investigadores do Escritório Central de Luta contra a Corrupção e Infrações Financeiras e Fiscais (OCLCIFF). Além disso, 12 procuradores do Ministério Público Nacional Financeiro (PNF) da França participaram da ação.
A Thales confirmou a realização das buscas e apreensões. A companhia afirmou que está cooperando com as autoridades. “A Thales enfatiza que cumpre rigorosamente as regulamentações nacionais e internacionais”, declarou a empresa, em nota.