Nesta quarta-feira, 11, a Polícia Federal no Rio de Janeiro lançou a Operação Esteilão II com o objetivo de desmantelar um grupo criminoso que fraudava benefícios da Previdência, causando um prejuízo de quase R$ 9 milhões aos cofres públicos. A operação resultou em três prisões até o momento.
Os agentes federais executaram dois mandados de prisão preventiva, 12 mandados de busca e apreensão e três medidas cautelares diferentes da prisão, incluindo o afastamento de dois servidores públicos. As ordens foram cumpridas em Cabo Frio, São Pedro da Aldeia, Armação dos Búzios, Belford Roxo, Duque de Caxias e Rio de Janeiro.
Além das ordens judiciais, a Polícia Federal solicitou à Justiça o bloqueio dos bens dos investigados no valor do prejuízo causado e o sequestro de 11 imóveis. Os itens apreendidos até agora incluem duas armas de fogo, seis veículos, um jet ski, celulares, equipamentos eletrônicos e documentos diversos.
A operação faz parte da segunda etapa de uma investigação iniciada em 19, quando os policiais cumpriram dois mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, além de confiscar 27 cartões bancários em nome de terceiros.
Primeira fase da operação
A operação foi nomeada Esteilão, em referência ao lagarto que muda de cor. A investigação conta com o apoio do Núcleo Regional de Inteligência da Previdência Social no Estado do Rio de Janeiro e a colaboração da Unidade de Inteligência da Delegacia de Repressão aos Crimes Fazendários da PF/RJ – Uadip/Delefaz.
Na primeira fase da operação, foram encontrados 70 documentos de identificação falsos, um manuscrito com dados de 21 benefícios previdenciários e outros documentos. Também foi apreendida uma carteira da OAB/RJ obtida ilegalmente por uma advogada do Rio de Janeiro, que os suspeitos usavam para obter um token.
Depois de analisar o material apreendido, a polícia confirmou a existência de 27 benefícios fraudulentos, a maioria deles obtida em 2010. Esses benefícios vinham sendo pagos até agora, causando um prejuízo de R$ 8,71 milhões aos cofres públicos.
As investigações revelaram o envolvimento de agentes bancários, servidores do INSS, despachantes e indivíduos que se passavam por beneficiários do INSS, além de outros fraudadores que prestavam serviços ao esquema.
Os investigados poderão responder por associação criminosa, estelionato previdenciário, falsificação de documento público e lavagem de dinheiro. Segundo a polícia, as penas somadas podem ultrapassar 26 anos de prisão, com a possibilidade de outros crimes serem atribuídos no decorrer das investigações.