A Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução para realizar uma conferência internacional em junho de 2025, em Nova York, a fim de discutir a criação do Estado da Palestina.
A resolução recebeu apoio de 157 países, incluindo o Brasil, enquanto oito se manifestaram contra, entre eles Argentina, Hungria e Israel. Sete nações, como Camarões e Uruguai, optaram pela abstenção.
Segundo a ONU, o objetivo é fortalecer o apelo por uma “paz abrangente, justa e duradoura no Oriente Médio”. O texto reafirma o apoio à solução de dois Estados, um israelense e outro palestino, coexistindo pacificamente em fronteiras reconhecidas.
Historicamente, o Brasil defende essa solução, como reiterado na cúpula do G20 em novembro no Rio de Janeiro.
Documento do G20 e autodeterminação palestina
O documento do G20 destacou, pela primeira vez, o direito à “autodeterminação palestina”.
“Afirmando o direito palestino da autodeterminação, reiteramos nosso compromisso inabalável com uma solução de dois Estados em que Israel e um Estado palestino convivam lado a lado em paz, dentro de fronteiras seguras e reconhecidas, consistentes com a lei internacional e resoluções relevantes da ONU”, diz o texto.
Desde outubro de 2023, a guerra na Faixa de Gaza resultou na morte de mais de 44 mil pessoas, conforme o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU.
Entre as vítimas, identificou-se que mais da metade são mulheres, crianças e idosos, com quase toda a população deslocada ao menos uma vez.
Ações contra Israel
As ações de Israel têm sido criticadas por sua proporcionalidade. O ex-ministro da Defesa de Israel, Moshe Ya’alon, acusou Tel Aviv de cometer crimes de guerra e limpeza étnica em Gaza.
A Corte Internacional de Justiça determinou que Israel adote medidas para evitar genocídio, enquanto o Tribunal Penal Internacional emitiu mandados contra Netanyahu e Yoav Gallant por supostos crimes de guerra.
A resolução da ONU enfatiza a urgência de um cessar-fogo abrangente em Gaza e no Líbano, ecoando o apelo feito na declaração do G20.