sexta-feira, julho 5, 2024
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ONU compara humanidade a meteoro que dizimou dinossauros

Após a Organização Meteorológica Mundial e o Serviço de Alterações Climáticas Copernicus, da Comissão Europeia, divulgarem novos dados sobre o aquecimento global, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, realizou um discurso acalorado no qual comparou a humanidade ao meteoro que dizimou os dinossauros há milhões de anos. 

Tal como o meteoro que destruiu os dinossauros, temos um impacto descomunal. No caso do clima, não somos os dinossauros. Somos o meteoro. Não estamos apenas em perigo. Somos o perigo. Mas também somos a solução.

António Guterres em discurso no Museu Americano de História Natural, nos EUA.

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O que diz os novos dados: 

  • A divulgação dos novos dados, bem como o discurso no Museu Americano de História Natural, que abriga esqueletos de dinossauros, ocorreu na quarta-feira (5) em celebração ao Dia Mundial do Ambiente; 
  • A pesquisa destacou que o mês passado foi oficialmente o maio mais quente da história, marcando 12 meses consecutivos como o mais quente já registrado; 
  • Com mais ondas de calor à vista, os dados não ofereceram esperança quanto a uma melhora ou alívio; 
  • Conforme divulgado pelo The Verge, cientistas, junto a ONU, estão se concentrando nas temperaturas médias globais, que já estão 1,5 graus Celsius mais altas quando comparadas ao período antes da Revolução Industrial; 
  • Há agora uma probabilidade de 80% de que os próximos cinco anos supere os 1,5 graus Celsius, de acordo com a Organização Meteorológica Mundial (OMM); 
  • Quando o acordo de Paris foi assinado, em 2015 (cujo objetivo é impedir que o mundo ultrapasse esse limiar de temperatura), havia quase 0% de probabilidade de isso acontecer. 

O levantamento observou ainda que há 50% de chances de que as novas temperaturas sejam o novo padrão do mundo. No ano passado, havia apenas 32% de chance de isso acontecer.  

O motivo? As emissões de gases com efeito de estufa provenientes dos combustíveis fósseis, que continuam a aumentar.  

Os cientistas calcularam quanto dióxido de carbono, que aquece o planeta, ainda pode ser liberado antes que a poluição seja forte o suficiente para empurrar o mundo para um aquecimento permanente além dos 1,5 graus. O resultado mostrou que temos apenas cinco anos de funcionamento normal antes que a meta de Paris fique fora de alcance. 

Não é um objetivo. É um limite físico. Cada fração de grau de aquecimento global conta. A diferença entre 1,5 e 2 graus pode ser a diferença entre a extinção e a sobrevivência de alguns pequenos estados insulares e comunidades costeiras.

António Guterres.

Pandemia da Covid-19 deu parâmetro

Outro dado que chamou atenção dos cientistas, reforçando a responsabilidade da humanidade nas mudanças climáticas, foi o período de pandemia da Covid-19. 

De acordo com o estudo, devido ao período ter restringido diversas atividades, inclusive as econômicas, as emissões de CO₂ caíram em mais de 5% — com o cenário atual, elas precisam reduzir 9% ano a ano para não ultrapassarmos a temperatura limite de 1,5 graus Celsius. A longo prazo, as emissões precisariam cair para zero até 2050. 

Guterres encerrou o discurso destacando a importância do investimento em energias renováveis, o que precisa ser acelerado. Há também a necessidade de um plano de financiamento para os efeitos das alterações climáticas, estruturando melhor cidades, estados e países, não preparados para o que pode estar por vir (fenômenos climáticos). 

Se o dinheiro faz o mundo girar, os fluxos financeiros desiguais de hoje estão fazendo-nos girar em direção ao desastre. Não podemos aceitar um futuro no qual os ricos estejam protegidos em bolhas de ar-condicionado, enquanto o resto da humanidade seja fustigado por condições meteorológicas letais em terras inabitáveis. 

Via Olhar Digital

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