A boxeadora argelina Imane Khelif se tornou finalista olímpica, nesta terça-feira (6), ao vencer a semifinal contra a tailandesa Janjaem Suwannapheng na categoria peso médio (até 66kg) feminina.
Imane Khelif é alvo de uma das maiores polêmicas da Olimpíada de Paris. A atleta sofreu diversos ataques preconceituosos ao longo da competição por conta de um desentendimento entre Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Associação Internacional de Boxe (IBA).
Na semifinal, a argelina venceu a pugilista tailandesa por decisão unânime, e vai enfrentar a chinesa Yang Liu, na próxima sexta-feira (9).
Após dias difíceis, Khelif viveu uma noite mágica, nesta terça. Ela foi muito festejada pela torcida que marcou presença no Estádio Roland Garros, palco das lutas por medalhas no boxe.
A transmissão oficial mostrou diversas bandeiras da Argélia presentes nas arquibancadas antes da luta. Ao longo da semifinal, o nome de Imane foi gritado com entusiasmo, e a lutadora argelina controlou os três rounds.
Após ser anunciada como vitoriosa, Khelif esperou Suwannapheng se dirigir à torcida e ajudou a adversária, levantando as cordas para que ela deixasse o ringue.
A partir daí, sorriu alegremente e dançou para comemorar sua vitória. Tirou selfies com fãs, falou com a imprensa e deixou a arena ovacionada, com pinta de queridinha da torcida para a grande final.
O nome de Imane Khelif ganhou notoriedade na Olimpíada após a vitória sobre a italiana Angela Carini. A boxeadora da Itália abandonou a luta aos 46 segundos após receber um soco no nariz. Carini se recusou a cumprimentar a adversária, mas negou que a motivação tivesse sido um eventual boicote à argelina.
Quando a italiana se retirou do ringue, a ação foi considerada por muitos como uma reação à participação da adversária. Isso porque Khelif, da categoria até 66kg, e a taiwanesa Lin Yu-ting, da categoria até 57kg, foram autorizadas a participar dos Jogos Olímpicos mesmo após serem reprovadas no teste de gênero.
A decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) desagradou atletas e fãs da modalidade.
O porta-voz do Comitê Olímpico Internacional (COI), Mark Adams, afirmou na sexta-feira (2) em entrevista coletiva que a boxeadora argelina Imane Khelif, participante da Olimpíada de Paris 2024, “nasceu mulher, foi registrada como mulher, vive sua vida como mulher, luta boxe como mulher, tem passaporte de mulher”.
Ainda na sexta-feira (2), a boxeadora italiana Angela Carini pediu desculpa pela forma como tratou a pugilista argelina Imane Khelif após a luta, nos Jogos Olímpicos de Paris, na categoria de 66 kg feminino.