O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, anunciou nesta quarta-feira, 31, que vai pedir a prisão do ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, ao Tribunal Penal Internacional (TPI) pelo ataque violento contra manifestantes depois das eleições do último domingo, 28.
“Chegou a hora da justiça e vamos solicitar a imposição de acusações com um mandado de prisão”, declarou Almagro durante uma sessão extraordinária do Conselho Permanente da OEA, em Washington, nos Estados Unidos.
Almagro justificou o pedido por crimes de guerra cometidos por Maduro desde 2014. “Maduro anunciou um banho de sangue e está cumprindo”, afirmou o secretário, se referindo aos 16 manifestantes mortos em protestos contra a reeleição do ditador.
Maduro falou em “banho de sangue” na Venezuela
Durante a campanha, Maduro alertou que a Venezuela poderia enfrentar um “banho de sangue” e uma “guerra civil” caso não fosse reeleito. Almagro destacou que a declaração “impressionou” e “impressiona muito mais quando ele faz”.
Maduro concorreu à reeleição no último domingo, 28, e se autoproclamou vencedor na segunda-feira, 29, com 51,2% dos votos, contra 44,2% do opositor Edmundo González Urrutia.
A oposição, no entanto, acusa o ditador de fraude e contesta o resultado. Desde o anúncio da reeleição, protestos surgiram na Venezuela e têm sido reprimidos com balas de borracha, gás lacrimogêneo e força policial.