A Odebrecht Engenharia & Construção retomou oficialmente o nome “Odebrecht” nesta sexta-feira, 2, seis anos depois de adotar a sigla “OEC”. A alteração marca uma nova identidade visual da principal empresa do Grupo Novonor, depois da homologação de seu plano de reestruturação financeira.
Criada em 1944 como Construtora Norberto Odebrecht (CNO), a companhia já havia mantido o nome Odebrecht em suas marcas anteriores, inclusive na versão lançada em 2019. Agora, o nome volta ao centro do logotipo com “mais evidência”, segundo a própria empresa.
A nova marca deixa de lado o quadrado de lados arqueados e sobrepostos e adota a letra “O” centralizada em três segmentos de linhas curvas, mas mantém as cores azul, verde claro e verde escuro.
A empresa afirma que a mudança consolida uma etapa de transformação da companhia. “A mudança vem para evidenciar um novo momento, após um ciclo definidor de ações estruturantes e entregas de projetos que reposicionaram a empresa no mercado, mantendo-a como líder e referência em seu setor”, declarou Rodrigo Vilar, diretor de comunicação e marketing.
A Odebrecht Engenharia & Construção é atualmente a maior construtora pesada do país. A empresa informa ter mais de 30 contratos ativos e mais de 18 mil funcionários em obras no Brasil, Peru, Angola e Estados Unidos. Entre 2020 e 2025, concluiu 36 projetos em sete países, com mais de US$ 16 bilhões em investimentos de clientes públicos e privados.
O novo símbolo gráfico da empresa foi desenhado com base no conceito de “movimento contínuo” e remete ao tripé “sobreviver, crescer e perpetuar”, expressão usada nos livros do fundador da companhia. De acordo com a nota oficial, o redesenho “resgata as origens, ao mesmo tempo em que se lança ao futuro”.
Odebrecht mudou de nome depois da Operação Lava Jato
Em 2019, a Odebrecht Engenharia & Construção anunciou a mudança de sua marca para “OEC”, como parte do que chamou de “jornada da transformação”, em meio à tentativa de reestruturar sua imagem abalada depois dos desdobramentos da Operação Lava Jato.
O comunicado à época destacava mudanças institucionais implementadas depois da delação premiada de ex-executivos e os diversos acordos de leniência firmados no Brasil e no exterior, que envolveram o pagamento de multas bilionárias e o compartilhamento de informações com autoridades de países como EUA, Suíça, Panamá e Peru.
A empresa afirmou que buscava “um processo de reconstrução de confiança” e reforçou avanços como a adoção de um sistema de conformidade mais robusto, a entrada de conselheiros independentes, a contratação de uma nova diretora de compliance com experiência no setor financeiro e a revisão de políticas internas.

Entre os marcos citados, a empresa destacou a assinatura de acordos com autoridades de oito países — como EUA, Suíça e Brasil — como evidência de seu compromisso com a legalidade e a colaboração internacional.
“Foi uma caminhada intensa que nos permitiu iniciar um processo de reconstrução de confiança e cujos resultados já estão aparecendo até mesmo na forma de importantes conquistas de novos projetos”, afirmou Fabio Januário, presidente da OEC na ocasião.
Segundo Vilar, o objetivo da reconfiguração da marca era estabelecer uma relação “mais próxima e transparente com a sociedade”. O novo posicionamento foi visto como uma resposta direta à crise reputacional gerada pelas denúncias de corrupção reveladas pela Lava Jato.