Eventualmente objetos interestelares são pegos passando pelo Sistema Solar. Dois deles já foram detectados até agora, mas ambos foram vistos apenas de longe. Apesar dos avanços dos sistemas de vigilância que permitirão que mais desses objetos sejam detectados, ainda não existe muito sendo feito para ir ao encontro desses visitantes. No entanto, agora um novo estudo apresentou uma proposta de missão.
A pesquisa foi publicada recentemente na revista Planetary and Space Science e nela os pesquisadores sugerem não só a melhor forma da missão ser lançada, como a praticidade de chegar próximo a esses objetos interestelares e quais os instrumentos mais adequados para o trabalho.
Missão de visita a objetos interestelares
Às vezes a força gravitacional dos planetas do Sistema Solar Externo lança cometas e asteroides para fora dos limites da influência do nosso Sol. Se isso acontece aqui, provavelmente ocorre com objetos em torno de outras estrelas também, assim a galáxia deve estar cheia desses objetos gelados viajando em alta velocidade. Conhecemos dois desses objetos que passaram perto de nós, o Oumuamua e Borisov.
Acredita-se que com a construção de novos observatórios, como o Observatório Vera Rubin, que está previsto para iniciar suas operações no início de 2025, mais objetos interestelares sejam descobertos. Como estamos longe de tornar possível a viagens para fora do Sistema Solar, visitar esses objetos quando eles passarem por aqui, podem fornecer a oportunidade de entender mais sobre os cosmos.
No estudo, os pesquisadores trabalham com a possibilidade de que objetos interestelares sejam visitados por espaçonaves:
- Primeiro, o visitante não poderia estar tão rápido, assim será possível que espaçonaves com a tecnologia atual o alcance;
- Além disso, é essencial que já exista uma missão preparada para quando esse objeto for detectado;
- Para que isso dê certo, os pesquisadores deverão agir rápido, visto a pequena janela de tempo de passagem do objeto pelo Sistema Solar.
Os pesquisadores sugerem que a melhor alternativa é que a missão esteja esperando no ponto de Lagrange L1, visto que se ela fosse lançada a partir da Terra, o foguete e a espaçonave precisariam ser lançados em menos de 30 dias, o que é inviável.
Também é apontado que a missão deveria ser equipada com espectrômetro de massa. Outros instrumentos poderiam não ser tão úteis para objetos interestelares tão pequenos. A estimativa é que a missão custe menos de 1 bilhão de dólares, um preço semelhante a missões anteriores, como a Lucy e a Psyche. Só é preciso agora que alguma agência espacial a leve para frente.