quinta-feira, janeiro 30, 2025
InícioCiência e tecnologiao titã do oceano tem bebês pela boca

o titã do oceano tem bebês pela boca

Os oceanos da Terra são o lar de diversos seres incomuns, que os humanos raramente veem. Nesse grupo estão as águas-vivas fantasma gigante, que têm um sino de um metro de largura e braços em formato de fita que crescem até dez metros de comprimento, o que as torna um dos maiores predadores invertebrados do planeta.

Pesquisadores descobriram essa espécie pela primeira vez em 1899, mas só foi estudada em 1910. Desde então, ela só foi avistada cerca de 120 vezes. Isso acontece devido ao costume dessas águas-vivas de viver geralmente em águas profundas, cerca de sete quilômetros abaixo da superfície. 

Uma exceção foi avista em 2022, quando cientistas viram esses animais nadando em áreas relativamente rasas, entre 80 e 280 metros. No estudo que relata as observações, a equipe diz que é provável que os espécimes vivam mais perto do nível do mar em altas latitudes do sul, porque as variações sazonais da luz solar podem levar as presas mais próximas da superfície.

(Imagem: Monterey Bay Aquarium Research Institute)

Elas são diferentes das outras águas-vivas

As águas-vivas fantasma gigante têm corpos esmagáveis. Isso as ajuda a sobreviver sob as altas pressões das profundezas. 

Ao contrário de outras espécies, elas não têm tentáculos que queimam para capturar presas. Em vez disso, envolvem a comida com os braços e a coloca na boca, geralmente se alimentam de plânctons ou peixes pequenos.

Elas também se diferem por serem vivíparas, o que significa que dão à luz aos filhos, ao invés de botar ovos ou ter outros modelos reprodutivos. Os filhotes são desenvolvidos dentro da mãe, até se destacarem do interior do “capuz” e nadarem para fora por meio da boca materna.

O fundo do mar está cheio de seres misteriosos. (Imagem: Mark Niesink / Polar Research2023, 42, 8873)

Essas águas-vivas são exploradoras solitárias, mas também ajudam a proteger criaturas marinhas menores. Durante uma expedição no Golfo da Califórnia, pesquisadores do Instituto de Pesquisa do Aquário da Baía de Monterey avistaram pequenos peixes abrigando-se sob uma água-viva fantasma gigante. Em troca, os menores ajudaram a titã removendo seus parasitas.

Quando é possível, elas emitem uma fraca luz laranja-avermelhada através de bioluminescência. Não se sabe exatamente por que brilham, mas os pesquisadores acreditam que pode ser para comunicação, confundir predadores, atrair presas e até parceiros em potencial.

No entanto, as águas-vivas fantasma gigante vivem em locais extremamente profundos. Lá, a luz vermelha não consegue chegar muito longe, o que faz com que os limites de seu fraco brilho ajude a mantê-las escondidas, quilômetros abaixo dos olhos de qualquer humano. Assim, permanecem numa raridade sem igual.


Via Olhar Digital

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui